Portal MCT, em 10/11/2010
Dezenove pesquisadores brasileiros e 64 estrangeiros, de 24 países, estarão reunidos no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS/MCT), em Campinas (SP), de 17 a 25 próximos, para conhecer os mais recentes avanços na utilização de radiação síncrotron e suas aplicações em investigações científicas.
O encontro se realiza no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (Espca), uma modalidade de fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que objetiva promover a interação entre estudantes e pesquisadores locais e de outros países em temas avançados de ciência e tecnologia.
Os alunos foram selecionados entre 272 candidatos de 41países que apresentaram seus currículos e projetos de pesquisa, com endosso do orientador.
Os 19 brasileiros são alunos de doutorado e pós-doutorado das universidades estaduais de São Paulo (USP), Unicamp e UNESP, e das federais de Minas Gerais (UFMG), Rio Grande do Sul (UFRGS), Goiás (UFGO), entre outros.
É significativa a presença de alunos latinoamericanos: 17 da Argentina, três do México, três do Chile, dois da Venezuela e um de Cuba. Essa participação se justifica, pois o LNLS opera a única fonte de Luz Síncrotron da América Latina e conta com um número grande de usuários destes países. Os argentinos, por exemplo, são responsáveis por cerca de 70% das propostas anualmente apresentadas por pesquisadores estrangeiros.
“Uma fonte de luz síncrotron é um equipamento que permite a realização de sofisticados estudos sobre diversos tipos de materiais, tendo, portanto, aplicação em uma vasta gama de áreas de pesquisa. O LNLS tem uma posição regional singular, sendo um importante pólo científico não só para o Brasil, mas para todos os países latinoamericanos”, explica Antonio José Roque, diretor do LNLS.
Do ponto de vista numérico, também merece destaque a participação de alunos de universidades e institutos de pesquisas norte-americanos (9), espanhóis (5), alemães (5) e Suíços (4). E chama a atenção a forte presença de alunos de países do Leste e Sudeste Europeu – Rússia (2), Ucrânia (1) e Turquia (2), Ásia e África.
Entre os alunos asiáticos, três são da Academia Chinesa de Ciências; três de Twain – das universidades Chiao Tung e Twain e do National Synchrotron Radiation Research Center (NSRRC) -; e um do Centro de Pesquisas Atômicas de Mumbai, na Índia.
A África está representada por três alunos das universidades de Witwatersand, de Johannesburg, e de Pretoria, e por um estudante da Ambrose Alli, da Nigéria.
“O programa Espca permite atrair jovens cientistas de diferentes países, os quais terão contato com assuntos de ponta nas mais variadas áreas do conhecimento, bem como com a ciência que se faz no Brasil, em particular, no estado de São Paulo”, diz Roque.
“Como o LNLS está iniciando a construção de uma nova fonte de luz síncrotron, de terceira geração, o programa Espca permitiu que realizássemos um evento para discutir as pesquisas de fronteira que podem ser realizadas com máquinas desse tipo. Isso é muito importante para apresentarmos a esses jovens, do Brasil e do exterior, as oportunidades de pesquisa no LNLS, tanto com a fonte atual como com a futura fonte. Levando-se em conta que quase 80% dos participantes são estrangeiros, a Espca é um importante programa para a internacionalização do LNLS”, destaca Roque.
Os 92 candidatos – 60 homens e 32 mulheres, a maioria com idade entre 23 e 30 anos – foram selecionados entre os 272 inscritos. Eles tearão aulas sobre biologia estrutural, imageamento 3D, catálise, magnetismo e supercondutividade, nanociências e meio ambiente.
Entre os professores convidados estão dois ganhadores do Prêmio Nobel Ada Yonath (Instituto de Ciência Weizmann, Israel), Química em 2009, e Albert Fert (Unidade Mista de Física, Conselho Nacional de Pesquisa Científica, França), Física em 2007.
Para mais informações a programação da Espca – The new developments in the field of Synchrotron Radiation – acesse o site https://espca.lnls.br
