Portal MCTI, em 06/03/2013
A expansão em até 50 vezes na capacidade de enlaces de instituições de ensino e pesquisa que integram a rede Ipê beneficiará 13 campi no estado de São Paulo.
A iniciativa, anunciada nesta quarta-feira (6), em Brasília, foi possível graças à parceria da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel/MC) e a operadora Telefônica Vivo.
A cerimônia contou com a presença dos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e das Comunicações, Paulo Bernardo, além do diretor geral da RNP, Nelson Simões, do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), Leonel Perondi, do presidente da Anatel, João Rezende, e do presidente da Telefônica Vivo, Antônio Carlos Valente.
A Ipê é uma rede brasileira de internet acadêmica não comercial, operada desde 2005 pela RNP, organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Com o acordo, os campi da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do Inpe, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) passam a contar com velocidade de conexão da ordem de gigabits por segundo (Gb/s), o que permitirá transferências mais amplas de dados e a colaboração a distância com vídeo de alta qualidade.
Também serão beneficiadas outras instituições e centros de pesquisa interconectados por redes metropolitanas nessas cidades, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA/MD), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCTI), o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), a Universidade de São Paulo (USP), entre outros.
“A Vivo, em conjunto com a RNP, provisionou essas conexões que vão de 1 gigabit até 40 gigabits, que são velocidades altas. A Anatel foi responsável por todo o procedimento que viabilizou o projeto”, informou o diretor da RNP, Nelson Simões. “Isso significa, para os alunos, professores e os pesquisadores que estão nesses campi, a possibilidade de utilizar vídeos de alta qualidade ao longo de suas atividades acadêmicas.”
Ele citou como exemplo a videoconferência realizada durante o evento, diretamente do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe), em Cachoeira Paulista, na qual meteorologistas da instituição mostraram o processo de análise de dados e de elaboração das previsões, em especial, de eventos extremos.
Parcerias
Em discurso, o ministro Marco Antonio Raupp (MCTI) ressaltou a importância das alianças para o desenvolvimento nacional. “Estamos vivenciando aqui mais um evento da cooperação com o Ministério das Comunicações”, comentou, ao lembrar atividades desenvolvidas conjuntamente pelas pastas, a exemplo do projeto em execução do satélite geoestacionário brasileiro.
De acordo com o ministro, a iniciativa se insere na política do governo federal de atrair e criar condições para que empresas possam contribuir para o avanço da ciência e tecnologia no país. “A parceria celebrada hoje consiste na atuação da Anatel em estabelecer condições junto às empresas que operam na área para que elas possam contribuir para o desenvolvimento da ciência nacional.”
Segundo o diretor da RNP, a ampliação celebra mais um passo no processo de interiorização da rede Ipê – um trabalho que terá continuidade com o desafio ainda maior de integrar cerca de 800 pontos de localidades de todo o Brasil.
“Ciência não se faz de forma isolada. Essa é uma forma de aproximar quem está no interior e em outras localidades e, às vezes, de grandes centros e até de fora do Brasil”, disse Simões, em referência a Veredas Novas, iniciativa desenvolvida pela RNP com o objetivo de levar internet de alta capacidade a todos os campi de universidades e institutos de ensino e pesquisa do interior do país até o final de 2014.
Desastres naturais
Com a expansão anunciada hoje, também será possível aumentar a capacidade do processo de captura de imagens complexas e de difusão de alertas, por meio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), auxiliando na prevenção de incidentes climáticos.
Na avaliação do diretor do Inpe, Leonel Perondi, a iniciativa surgiu em um momento estratégico, tendo em vista a maior quantidade de dados que o instituto passou a operar, a partir de janeiro, para gerar as previsões. “Tudo tem que ocorrer de forma mais rápida que os eventos naturais, e o volume de dados é muito grande.”
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCTI