G1 em 24/09
Um estudo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), com sede em Campinas (SP), desenvolveu um método de avaliar a gravidade do câncer de boca por meio da saliva. De acordo com pesquisadores, as amostras dão o prognóstico de evolução da doença e permitem novos rumos de tratamento para os oncologistas.
A pesquisa, que demorou cinco anos para ser concluída, foi feita pelo Laboratório Nacional de Biociências do CNPEM em parceria com a USP, Unicamp e Instituto de Câncer do estado.
Na primeira etapa, foram testados 20 pacientes com estudo de biopsia e, depois, mais 800 amostras com a saliva. Os pesquisadores conseguiram identificar, por meio de equipamentos de última geração, uma combinação de proteínas que apareceram nos exames de pessoas com a doença.
“Então, o conhecimento dessas proteínas pode ajudar os oncologistas nas decisões clínicas e, com isso, guiar para o tratamento mais adequado, de modo a diminuir as taxas de recorrência e as metástases linfonodais”, explica.
O câncer de boca é um dos mais agressivos. A cada ano, 300 mil pessoas são diagnosticadas em todo o planeta, e as mortes chegam a 145 mil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ainda segundo os pesquisadores do CNPEM – que abriga o projeto Sirius, o laboratório de luz síncroton de 4ª geração -, o próximo passo do estudo é desenvolver um kit com um sensor, para ser usado no Sistema Único de Saúde (SUS) e dar o resultado do exame de saliva na hora.
Para o professor de odontologia da Unicamp, Alan Santos Silva, o método permite a prevenção secundária do câncer de boca.