O Brasil pode olhar para o Orion também como uma questão estratégica na formação de recursos humanos de diversos tipos. Paralelamente às obras e aos desenvolvimentos tecnológicos do projeto, o CNPEM conduz um programa nacional de treinamento e capacitação em infraestruturas de alta e máxima contenção biológica, voltado à formação em competências ainda pouco desenvolvidas no Brasil e nos demais países da América Latina.
A estrutura do programa de treinamento inclui parcerias com instituições internacionais de referência para participação de pesquisadores brasileiros em laboratórios NB4 do exterior. O programa tem atividades práticas em ambiente-modelo (laboratório mock-up) no campus do CNPEM em condições simuladas, sem a manipulação de materiais infecciosos ou risco de contágio, sob supervisão de profissionais capacitados para avaliar as habilidades individuais dos pesquisadores em lidar com as condições estabelecidas nos protocolos de biossegurança.
A própria construção das instalações exigirá a geração de empregos e funções relacionadas à obra em si e à circulação de informações sobre o projeto, com contínua comunicação entre os envolvidos diretos e a sociedade. Durante a etapa de concepção e construção, será imprescindível contar com profissionais altamente qualificados e capazes de compreender os desafios técnicos que se apresentarão no caminho das instalações. Posteriormente, a equipe de manutenção precisará dominar protocolos e procedimentos críticos, dando segurança às equipes de pesquisa para que atuem em um ambiente apropriado e seguro.
Mais para frente ainda, chegarão equipes científicas de todo o país e visitantes estrangeiros que, além de carregarem a responsabilidade em seguir os protocolos e boas práticas requeridos, terão a oportunidade ímpar de acesso a uma instalação de fronteira que possibilitará descobertas extraordinárias. E, por fim e concomitante a todos esses processos, está a atuação de equipes de comunicação, de gestão e de parcerias com instituições públicas e privadas.