17/08/2009 – Jornal da Ciência
Instrumentos disponíveis para inovação precisam ser melhor conhecidos e mais utilizados, dizem especialistas
A abertura do 2º workshop “As unidades de pesquisa do MCT frente aos desafios da inovação”, na manhã desta segunda-feira, no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), reuniu representantes do ministério para apresentar aos pesquisadores e gestores da inovação das unidades de pesquisa as ações federais voltadas para a área.
Entre os desafios apontados no evento está a necessidade de disseminação do conhecimento sobre os instrumentos disponíveis para inovação, com o consequente aumento do universo de empresas inovativas no país. A assessora da Secretaria Executiva do MCT, Léa Contier de Freitas, mencionou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que mostra que poucas empresas se beneficiam de todos os instrumentos disponibilizados pelo governo (por meio da Finep, BNDES e Petrobras).
O subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCT, José Edil Benedito, ressaltou que os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) estabelecidos pelos institutos vinculados ao ministério devem atuar como agentes de promoção da inovação.
Atualmente existem quatro desses núcleos: Rede NIT-Rio (CBPF, Cetem, Impa, INT, LNCC, ON e Mast), Rede Mantiqueira de Inovação (CTI, Inpe, LNA, ABTLus, FVE, Vonbraun), Rede NIT Pará (MPEG, UFPA, Ufra, Uepa, CPTU/Embrapa, Cesupa, Ifet-PA) e Rede Inpa. A intenção é implementar uma rede com institutos do Nordeste no próximo ano.
Para Ronald Shellard, vice-diretor do CBPF e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), os NITs vinculados às unidades de pesquisa do MCT devem também oferecer suporte para que instituições menos consolidadas, de todo o país, possam promover inovação.
Metas
Em sua apresentação, a assessora da Secretaria Executiva do MCT destacou as metas do Plano de Ação do MCT 2007-2010, algumas das quais deverão ser alcançadas no próximo ano, como investimento de 1,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Outras, no entanto, deverão sofrer reflexos da crise financeira mundial, como o investimento das empresas privadas em P&D e o aumento na concessão de bolsas do CNPq.
O Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) também está próximo de alcançar algumas metas, informou Ana Maria Pereira, da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT. Das 25 redes estaduais de extensão tecnológicas previstas para 2010, por exemplo, oito foram aprovadas em 2008 (CE, BA, SP, SC, PR, MG, RJ e RS) e 14 propostas estão em elaboração.
Mecanismos de inovação
O coordenador geral de Serviços Tecnológicos do MCT, Reinaldo Dias Ferraz de Souza, apresentou os resultados das discussões sobre o aperfeiçoamento dos marcos legais para inovação no país. “Podemos dizer que a cultura da inovação ainda não faz parte não apenas das empresas, mas das organizações brasileiras em geral”, afirmou.
Ele comentou algumas mudanças, em artigos da Lei de Inovação e da Lei do Bem, propostas pela Comissão Técnica Interministerial do Marco Legal de Inovação, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT. Boa parte das alterações já está em entendimento com a Receita Federal.
Entre os pontos presentes na pauta da comissão para debate estão os relacionados à retribuição pecuniária e ganhos econômicos, às bolsas de estímulo à inovação e à licença para o servidor constituir empresa.
Workshop
O 2º workshop “As unidades de pesquisa do MCT frente aos desafios da inovação” é promovido pela Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa (Scup) e pela Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Setec) do MCT.
As atividades prosseguem nesta segunda e terça-feira, e são transmitidas em tempo real pela internet no endereço mms://itv.cbpf.br/inovaups2009
Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site
https://mesonpi.cat.cbpf.br/inovaups2009/
* Esta matéria foi publicada também no site:
– Agência de Inovação da Ufscar