G1, 14/11/2018
Maior estrutura científica do Brasil, localizada em Campinas, vai deixar país competitivo pelos próximos anos, afirma diretor do CNPEM. Presidente Michel Temer acompanhou inauguração.
A primeira etapa da obra do Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração que compõe a maior estrutura científica do Brasil, foi inaugurada nesta quarta-feira (14), em meio ao otimismo pela continuidade dos trabalhos em 2019, após a troca de governo, para início das pesquisas. O investimento total é orçado em R$ 1,8 bilhão. Entenda como funciona o Sirius.
Diretor geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e diretor do projeto Sirius, Antônio José Roque da Silva espera que os R$ 270 milhões previstos no projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) pelo atual governo sejam aprovados sem emendas pela Câmara dos Deputados, uma vez que o valor é o necessário para a conclusão das obras do ano que vem, com abertura do equipamento aos pesquisadores com seis linhas ativas no segundo semestre.
Silva mostra otimismo de que o próximo governo mantenha o investimento nas áreas de ciências e tecnologia, principalmente pelo fato de o presidente eleito, Jair Bolsonaro, já ter indicado o futuro ministro da pasta.
“O que eu entendo com isso [indicação do Marcos Pontes],é um reconhecimento que o presidente eleito está dando para a área”, destaca.
“As primeiras declarações do ministro indicado Marcos Pontes é que ele também dá a entender que reconhece a importancia da ciência e tecnologia para o desenvolvimento do país, e com isso a gente fica com a esperança que ele apoie não somente o projeto, mas toda a comunidade de ciência e tecnologia”, completa o diretor.
Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1
1ª etapa
A inauguração da 1ª etapa teve a presença do presidente da República Michel Temer e do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Gilberto Kassab (PSD). Este ano, R$ 70 milhões referentes a uma verba suplementar foram aplicados no Sirius, além da dotação orçamentária.
“Nós estamos neste momento já com o feixe circulando nos dois primeiros aceleradores e montando o terceiro acelerador, que os recursos foram assegurados pra isso. A gente deve, até o final do ano, atingir a energia final no sistema de injeção. E, no início do ano que vem, injetar elétrons no acelerador principal”, explica o diretor.
Presidente Michel Temer esteve em Campinas para inauguração do projeto Sirius. — Foto: Fernando Evans/G1
O equipamento extremamente sofisticado com milhares de componentes está sendo montado, e a programação é de que em 2020 o Sirius tenha 13 linhas ativas para pesquisas.
O prédio foi projetado para ter entre 600 e 800 pessoas quando estiver na capacidade máxima, e 40 estações experimentais simultâneas.
Mapa – Onde fica o projeto Sirius — Foto: Igor Estrella/G1
“A gente construiu um prédio e um equipamento pensando nas próximas décadas, e não somente no hoje. É um equipamento que vai deixar o Brasil competitivo pelos próximos anos e, portanto, ele tem capacidade de expansão em todas as suas características”.
Comparado ao Maracanã dos laboratórios pelo presidente Michel Temer e pelo ministro Gilberto Kassab, durante a inaguração, o Sirius, na opinião de Antônio José Roque da Silva, entra em campo “ganhando de goleada”.
“O Brasil marcou um grande golaço. Eu poderia até brincar aqui. Nesse estádio aqui, o Brasil está ganhando de 7 a 1.”
Presidente Michel Temer e ministro Gilberto Kassab com cientistas do CNPEM na inauguração do laboratório Sirius — Foto: Fernando Evans/G1
Atualmente há apenas um laboratório da 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia. O Sirius foi projetado para ter o maior brilho do mundo entre as fontes com sua faixa de energia.
Quando o Sirius estiver em atividade – substituindo a atual fonte de luz usada no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) -, estima-se que uma pesquisa que atualmente é feita em 10 horas nos equipamentos mais avançados do mundo poderá ser concluída em 10 segundos.
Maior obra científica do Brasil, Sirius fica no CNPEM, em Campinas (SP) — Foto: Cesar Cocco
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