Portal Brasil em 17/12/2014
Os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, e da Educação, José Henrique Paim, apresentaram programas de suas pastas a reitores universitários, nesta quarta-feira (17), em mesa-redonda do seminário “Qual universidade servirá ao Brasil do futuro?”, organizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Campolina destacou o Proinfra, iniciativa que apoia projetos de implantação, modernização e recuperação de infraestrutura de pesquisa, com dois editais abertos desde novembro.
“Nos últimos três anos, foram investidos aproximadamente R$ 1,2 bilhão no programa, que, agora, oferece R$ 500 milhões, sendo R$ 100 milhões para tentar completar obras ainda não concluídas e R$ 400 milhões para financiar a aquisição de novos equipamentos”, explicou.
Segundo o ministro, a ideia é apoiar a construção e a manutenção de laboratórios multiusuários de médio e grande porte.
“Precisamos pensar em uma infraestrutura nacional de uso compartilhado. A pulverização muitas vezes não gera eficiência. Não tem sentido cada pesquisador ter um laboratório, guardar a chave no bolso e ir embora para casa”, ressalto Campolina.
A modernização do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), e a instalação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó (SP), seguem como prioridades do MCTI, de acordo com o ministro.
“Estou indo sexta-feira [19] ao LNLS, para assinar o contrato de início das obras do projeto Sirius, que deve ser a luz síncrotron mais moderna do Hemisfério Sul e vai dar um suporte enorme à pesquisa brasileira”, informou o ministro Campolina.
“Já o RMB, entre outras coisas, produzirá radiofármacos, uma necessidade social deste país. São dois grandes laboratórios nacionais, porque não seria possível que cada universidade tivesse uma fonte de luz síncroton ou um reator multipropósito próprio.”
Apoio à pesquisa
Nos últimos três anos, conforme lembrou Campolina, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) alocou R$ 7,8 bilhões no sistema de bolsas e fomento à pesquisa.
Ele também enfatizou os resultados do programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), cujo segundo edital foi lançado em junho, com R$ 641,8 milhões.
“De 2009 a 2014, o programa apoiou 126 INCTs e vários desses institutos estão se transformando em instituições com interface produtiva e resultados práticos”, afirmou. “No momento, estamos na fase de julgamento do segundo edital. A primeira versão começou com R$ 400 milhões e chegou a R$ 800 milhões, com aportes adicionais de fundações de apoio à pesquisa. Se a nova edição seguir a mesma trajetória, a expectativa é que o valor preliminar de R$ 641 milhões supere R$ 1 bilhão, aplicado em grupos de excelência.”
Sobre o Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento (PNPC), anunciado em junho, Campolina informou que sete equipes técnicas desenvolvem conceitos em campos prioritários como aeronáutica, agricultura e saúde.
“Agora, isso não pode ser feito de forma açodada. Os grupos de trabalho estão constituídos, com representações de ministérios, da Finep e do BNDES, que seriam os órgãos de financiamento, além de outros setores.”
Na opinião de Paim, o PNPC é um “arranjo importante que o MCTI traz para a gente aproximar a universidade do mundo produtivo, evitando essa segmentação, essa dispersão das ações, e articulando os esforços do governo, da academia e das empresas em torno do desenvolvimento tecnológico do País”.
O ministro da Educação avisou que CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) devem anunciar, em breve, o cumprimento da meta do programa Ciência sem Fronteiras, que, na visão dele, é um começo do processo de internacionalização necessário à educação brasileira.