Portal MCTI, em 26/01/2016
Celso Pansera discutiu com representantes das FAPs de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de entidades vinculadas, como a Pasta pode ajudar em ações para a região
O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana (MG), foi tema de uma ampla reunião de trabalho do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, com especialistas de diversas áreas do conhecimento, na sede da Pasta. O encontro desta terça-feira (26) serviu para discutir possíveis ações nas quais o MCTI pode colaborar no esforço de recuperação da Bacia do Rio Doce, desde o ponto onde a barragem se rompeu até o oceano. O planejamento envolve ações de curto, médio e longo prazo.
“Nós nos reunimos para ver no que o MCTI pode contribuir e o que podemos oferecer a partir da ciência para recuperarmos os danos causados por esse desastre. O importante é formarmos um esforço conjunto”, afirmou o ministro.
Parte deste esforço comum é a unificação de chamadas públicas para financiar pesquisas voltadas para a análise da região e possíveis soluções. Atualmente, as fundações de amparo à pesquisa (FAPs) estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo já têm editais na praça para atender parte da demanda. A ideia é que haja uma ação unificada com o Governo Federal para criar um conjunto de certames, do qual o MCTI seria o responsável por unificar e gerir, em parceria com as FAPs.
Outra parte diz respeito às unidades de pesquisa vinculadas ao Ministério. Elas seriam disponibilizadas para colaborar nas pesquisas feitas em diferentes áreas do conhecimento. Duas entidades estiveram representadas no encontro: o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS/MCTI) e o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCTI).
O diretor do LNLS, José Antonio Roque da Silva, ilustrou a forma como a unidade pode agregar o esforço de recuperação da região. “Podemos contribuir ajudando que respostas sejam dadas para os problemas de curto prazo, mais emergenciais, e os de longo prazo que sejam apresentados pelos pesquisadores das áreas específicas”, disse. “Eles estão ligados à situação da questão da lama. Seja na questão da poluição ou na da suspensão, como de propagação pelo rio etc. Temos um conjunto de ferramentas e, como laboratório nacional, é parte da nossa missão dar apoio para solucionar questões relevantes para o País e para a sociedade.”
Outra possível forma de colaboração do MCTI é por meio do Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira (NPqHo). A embarcação inaugurada no ano passado é uma das mais modernas do mundo para pesquisas no oceano e pode fazer estudos sobre os impactos da lama de rejeitos no mar. O navio já passou pela região da foz do Rio Doce recentemente e as lanchas do barco coletaram material na zona mais próxima à costa brasileira.
Para o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Paulo Sérgio Beirão, a possível entrada da Pasta no esforço para recuperar a Bacia do Rio Doce é benéfica, uma vez que já há uma série de estudos sendo conduzidos sobre os impactos da lama de rejeitos na região do acidente, na bacia do rio e no mar. Ele disse ainda que a iniciativa pode servir como um embrião para experiências em outras regiões brasileiras.
“O apoio do MCTI é oportuno e podemos pensar em questões além da Bacia. Como, por exemplo, em minérios. E também podemos usar a ciência e tecnologia na recuperação de outras bacias do País que também estão degradadas”, observou.
Já o diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), José Antonio Buffon, reforçou a importância de tratar da questão da recuperação da região. Para ele, o investimento feito agora pode representar economia mais adiante.
“Precisamos de um novo impacto de pesquisa para saber como recuperar o rio. Todo o dinheiro investido agora vai representar milhões de reais economizados no futuro”, argumentou.
Marcado
Está prevista nova agenda do grupo com o ministro Celso Pansera logo após o Carnaval, com a adição de novas instituições e universidades. Nesse encontro devem ser apresentadas as demandas de pesquisa mais emergenciais para que se trace uma estratégia de apoio do MCTI, em parceria com os governos estaduais, as FAPs, as entidades vinculadas ao Ministério, universidades e a comunidade científica.
Repercussão: Agência Gestão CT&I