Unicamp, em 18/02/2013
A rotina já começou a mudar para os jovens aprovados no Vestibular Unicamp. Na manhã desta segunda-feira, por exemplo, foi dia de matrícula. Cedinho eles vieram fazer as suas nas respectivas unidades de ensino e pesquisa. Não precisaram nem ser acordados pelos pais, disse Luiza Bezerra, 18 anos. “Quando a gente tem interesse, sabe correr atrás das oportunidades”. Ela passou no curso de Geografia noturno, disciplina que começou a encantá-la há três anos, quando frequentava o ensino médio. Mas antes disso, lembra-se que o pai lhe presenteou com um atlas, o qual percorria página por página, descobrindo lugares, sempre com grande interesse.
Luiza mora no bairro São Bernardo, em Campinas. Seu pai tem uma fábrica de embalagens para pizza e pretendia que a filha a ajudasse em seus negócios. “Ocorre que quero ser geógrafa. Pode ser que seja professora ou mesmo atuar em pesquisa”, disse. Apesar de ingressar na Unesp, optou pela Unicamp, não somente pela facilidade, mas por entender que a Unicamp tem um excelente curso, contou.
Alexandre Lippaus, 19 anos, foi fazer a matrícula no curso de Geografia integral. Foi o segundo ano que tentou ingressar na Unicamp. Desta vez deu certo. Achou difícil a primeira fase do Vestibular, sobretudo por causa da redação. Há muito tempo não fazia resumo. Treinava outras modalidades de redação durante o cursinho Objetivo em Campinas. “Fui o último colocado na turma de 20 alunos. Era para cursar Geografia mesmo. O importante foi que consegui passar e agora pretendo estudar muito e ser um bom profissional”, revelou. A mãe trabalha no Prodecad. Quando Alexandre a visitava, passava pelo Instituto de Geociências (IG), adentrava o corredor do Instituto e ia olhar as amostras de rochas que ficam ali, já imaginando que este poderia ser o seu futuro. “Por isso só posso dizer que é um sonho realizado…”
No IG, a matrícula transcorreu calmamente. Até as 10 horas da manhã, 21 alunos já estavam matriculados. Agora, retornarão ao campus de Campinas no dia 25 para a confirmação da matrícula.
Mateus Cavalcanti, 18 anos, também passou em Geografia integral. Passou na USP e Unesp. Por não gostar de viver em São Paulo e por achar a Unesp menos atrativa, optou pela Unicamp, por ser um curso mais conceituado, em sua opinião. Reconhece que ficou um pouco dividido. Gostava de Química e também de Geografia. “Espero que o curso me coloque em contato com a realidade. Mal vejo a hora de fazer o trabalho de campo”, comemorou. Já está procurando uma moradia em Campinas, deixando para trás São José dos Campos e, principalmente, os irmãos: um que cursa Medicina e outra que faz Psicologia. “Chegou minha hora de ter essa experiência.”
Exatas
A Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) recepcionou os calouros com música animada. Os alvos da recepção tiveram que dançar. Felipe, 19 anos, era um deles. Trancou o curso de Economia em São Paulo, o qual tinha cursado um semestre, para ingressar em Engenharia da Computação. Mesmo não sabendo o que o futuro lhe reserva, relatou que gosta de desenvolvimento de software e da área financeira. Mora em Piracicaba e, ainda que a cidade seja muito próxima de Campinas, deve morar com dois amigos perto da Unicamp. “Estou muito empolgado com tudo o que está acontecendo comigo”, comentou.
Já Felipe Frazatto, 20 anos, prestou o Cursão e ingressou em Engenharia Física. Era o que esperava, pois trabalha há três anos no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), no polo tecnológico de Campinas, convivendo todo dia com físicos. Mora em Pedreira e há um tempo atua no LNNano. “Estou muito satisfeito e fui muito bem-recebido”, festejou. Felipe saiu da Unicamp lendo o Manual do Bixo e levando para casa o ‘kit bixo’. O longo cabelo se foi. Os próprios amigos cortaram. “É um ritual de passagem”, brincou.
No Ciclo Básico 1, Lucas Antonio, 17 anos, dava uma ajeitadinha no bagageiro do carro. Veio de ‘mala e cuia’ para Campinas. Já com um local para morar, trouxe a mãe, Ana Paula, a irmãzinha, Milena, e a vovó, Elma, para fazer a matrícula. Foi aprovado no curso de Química, um dos melhores do país. Mesmo frustrando o sonho da jovem mãe, que é estatística e pretendia que o filho fizesse o mesmo, Lucas passou na Unicamp como treineiro no ano passado e neste ano ingressou no Instituto de Química (IQ). Sua expectativa é manter boas notas. Junto com a bagagem da mudança, ele traz outra bagagem que acumulou com os estudos. “Valeu a pena o esforço”, completou ele.