Portal MCTI, em 19/08/2013
“Este é um programa de política pública composto de várias ações estratégias para que a nanotecnologia torne a indústria brasileira mais inovadora. E, portanto, mais forte e mais competitiva, de modo também a fortalecer e aumentar a competitividade da economia nacional”, disse o ministro Marco Antonio Raupp, durante a cerimônia, que ocorreu no hotel Macksoud Plaza, em São Paulo.
Segundo o secretário do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata, estão previstos investimentos de aproximadamente R$ 440 milhões em 2013 e 2014.
A IBN visa aproximar a infraestrutura acadêmica e as empresas, fortalecendo os laços entre pesquisa, conhecimento e setor privado. “A iniciativa está alinhada com a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação [Encti], de autoria do nosso ministério. O objetivo central da Encti é colocar ciência, tecnologia e inovação como eixo do desenvolvimento do país”, disse o ministro.
Raupp ressaltou ainda que o MCTI dedica atenção especial a três áreas consideradas fundamentais para o fortalecimento da base científica brasileira, para o incremento do desenvolvimento tecnológico e para a geração de produtos, serviços e processos inovadores. São elas: tecnologias da informação, biotecnologia e nanotecnologia.
“Estamos colocando a inovação no centro da economia brasileira, de modo a termos uma produção majoritária de bens com alto valor agregado. Estamos também construindo um modelo de desenvolvimento que seja sustentado não só em termos econômicos, mas também em termos ambientais, sociais e culturais”, destacou o ministro.
O evento foi acompanhado por representantes do setor empresarial, da comunidade acadêmica e de institutos de pesquisas. O secretário executivo do MCTI, Luiz Antonio Elias, a presidenta da Sociedade Brasileira para a Ciência e o Progresso (SBPC), Helena Nader, o presidente do instituto Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Jesualdo Farias, e o vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Guilherme Marco de Lima, participaram da cerimônia.
SisNano
Durante o lançamento, também foram anunciadas as unidades que irão compor o Sistema de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), uma das principais ações da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN).
Os laboratórios terão prioridade nas políticas públicas de apoio à infraestrutura e formação de recursos humanos. Das 50 propostas apresentadas por instituições e universidades de todo o país, 26 foram selecionadas para integrar o sistema.
Uso compartilhado
Instituído pela Portaria 245, de 5 de abril de 2012, o SisNano é composto por unidades especializadas e multiusuárias de laboratórios, direcionadas a PD&I em nanociências e nanotecnologias. O sistema visa mobilizar as empresas instaladas no Brasil e apoiar suas atividades, além de reforçar a infraestrutura existente e universalizar esse acesso à comunidade científica do país.
O SisNano é formado por duas categorias. Os laboratórios estratégicos, ligados ao MCTI e aos órgãos públicos, nas quais 50% do tempo de uso dos equipamentos deverá ser disponibilizado a usuários externos. E os laboratórios associados, localizados em universidades e em institutos de pesquisa, deverão oferecer 15% do tempo a pesquisadores e empresas de fora da instituição.
Os laboratórios terão liberdade na operação do processo, mas as atividades seguirão diretrizes do Comitê Interministerial de Nanotecnologia (CIN). Criado pela portaria 510, de 10 de julho de 2012, o CIN é integrado por representantes dez ministérios e coordenado pelo MCTI. O grupo atua na assessoria de integração da gestão e no aprimoramento das políticas e ações voltadas ao desenvolvimento das nanotecnologias no Brasil.
Setor privado
O empresário Tarik Mohallem, sócio diretor da Nanum, foi um dos que participaram do lançamento da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia. Ele conta que fundou a empresa em 2003 com a ideia de aproximar pesquisadores e empresários.
Hoje, a Nanum comercializa uma tecnologia nacional – a tinta magnética inkjet, usada em impressões bancárias e por empresas de cartões de crédito – para grandes grupos internacionais, entre eles, a norte-americana HP.
“Para conseguir uma resposta magnética grande o suficiente, tivemos que fazer uma dispersão superconcentrada, uma dispersão nanoparticular”, conta. “Criamos [a tinta] primeiro em um laboratório e agora exportamos toneladas do produto para diversas empresas”.
Na avaliação dele, o incentivo do governo brasileiro irá auxiliar a criação de inovadoras tecnologias. “Nosso desenvolvimento foi caríssimo, pois, ao longo do tempo, usamos muitos equipamentos e estruturas do exterior”, diz o empresário. “Com este incentivo, será possível diminuir muito o custo de desenvolvimento tecnológico. E outras empresas que estão começando não vão precisar passar pelo que a gente passou”.
Texto: Denise Coelho, Isadora Grespan e Fernanda Leão – Ascom do MCTI
Repercussão: Inovação Tecnológica, CTI, Jornal Brasil, Anpei e SBPC.