A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) anunciou a aprovação do projeto “BioValue – Valorização de Cadeia Produtiva descentralizada de biomassa visando à produção de biocombustíveis avançados: desenvolvimento e avaliação de rotas termoquímicas integradas à produção da biomassa e a rotas bioquímicas”.
A iniciativa de um conjunto de Instituições e Empresas Brasileiras foi coordenada pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e submetida à chamada de propostas International Cooperation with Brazil on Advanced Lignocellulosic Biofuels da Comissão Europeia e órgãos que compõem o programa europeu Horizon 2020 em parceria com a FAPESP, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) e Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP).
O BioValue é coordenado pelo pesquisador Antonio Bonomi da Divisão de Avaliação Integrada de Biorrefinarias do CTBE, e tem por objetivo a produção de biocombustíveis a partir de resíduos lignocelulósicos (uma classe de materiais complexos e variados) oriundos de diversas culturas, como a cana-de-açúcar. De acordo com Bonomi, a iniciativa também prevê a utilização de métodos e processos produtivos e logísticos das biomassas e avaliações de sustentabilidade técnica, econômica, ambiental e social. “O projeto se sustenta nos eixos da produção e logística de aproveitamento de biomassa, com ênfase na cana-energia e em resíduos florestais, no eixo de rotas termoquímica e bioquímica e no eixo da produção de biocombustíveis avançados, em especial os biocombustíveis para aviação, com ênfase na geração de gás de síntese como intermediário”, detalha Bonomi.
Antonio Bonomi, coordenador do BioValue: produção de combustíveis avançados é foco do projeto (Foto: Divulgação CNPEM)
A união entre o Brasil, uma das maiores potências na pesquisa de biocombustíveis, e instituições europeias contribui para a produção de combustíveis cada vez mais limpos ampliando o intercâmbio de conhecimento e de pesquisadores de diversos países em busca de um objetivo comum. “Existe um acúmulo de competências e muita capacitação tanto por parte das instituições nacionais quanto internacionais”, explica o coordenador do projeto. De acordo com Bonomi, essa troca de experiências é assertiva e “certamente vai ajudar muito no BioValue”, destaca.
Conheça as instituições parceiras
O BioValue está alinhado ao projeto BECOOL, iniciativa semelhante idealizada por um consórcio parceiro europeu coordenado pelo professor Andrea Monti, da Universidade de Bolonha, e pelo professor David Chiaramonti, da Universidade de Florença, ambas na Itália, em associação com diversas Instituições e empresas de nações europeias.
Com a coordenação do CTBE, o projeto tem participação de outros quatro estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul), além de São Paulo. A proposta inclui doze instituições desses cinco Estados: o CTBE, o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), as Universidades Federais de Uberlândia (UFU), de Viçosa (UFV), de Pernambuco (UFPE), de Itajubá (UNIFEI), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Santa Maria (UFSM), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e o Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI), além de um consórcio de seis empresas formado por Petrobras, Fibria, Klabin, Valmet, Embraer e Boeing. Parte dos recursos do projeto será proveniente dessas empresas. A outra parte será financiada pela FAPESP, pelo CONFAP e pelo MCTIC.
Sobre o CTBE
O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O CTBE desenvolve pesquisa e inovação de nível internacional na área de biomassa voltada à produção de energia, em especial do etanol de cana-de-açúcar. O Laboratório possui um ambiente singular no País para o escalonamento de tecnologias, visando a transferência de processos da bancada científica para o setor produtivo, no qual se destaca a Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP).