Portal Maxpress, em 25/11/2014
Premiação foi concedida pela revista ACS-Langmuir no Quarto Encontro sobre Estruturas Auto-Organizadas em Soluções e Interfaces
O aluno do Programa de Pós Graduação em Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Willian Shigeyosi, foi contemplado com o prêmio da revista ACS-Langmuir por sua pesquisa intitulada “Iron Oxide Nanoparticles Produced With Different Coatings and Their Cytotoxic Effect Evaluation” (Nanopartículas de óxido de ferro produzidas com diferentes recobrimentos e avaliação do seus efeitos citotóxicos). Willian cursa o doutorado na UFSCar sob a orientação do professor Sylvio Dionysio de Souza e co-orientação do professor Mateus Borba Cardoso, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS). O projeto possui ampla parceria com três laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizados em Campinas (SP): Laboratório de Biociências (LNBio), de Nanotecnologia (LNNano) e o LNLS. A bolsa é proveniente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o material de pesquisa utilizado provém de projetos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com Sylvio, o principal objetivo da pesquisa é fornecer a cura de patologias como o câncer de modo pontual e menos agressivo ao organismo humano. “A ideia inicial foi produzir um óxido de ferro que pudesse ser ligado a um fármaco, que seria introduzido no organismo humano e endereçado para um determinado órgão doente – com câncer, por exemplo. Este composto de ferro, já no órgão desejado, seria submetido a um campo magnético oscilante para produzir calor e destruir as células doentes, com ação direta bem localizada na região afetada”, explica o orientador. Willian explica que esses avanços no tratamento do câncer são buscados através de magneto hipertermia com nanopartículas magnéticas de óxido de ferro. “A pesquisa está intimamente relacionada aos laboratórios do CNPEM, local em que desenvolvo a síntese, grande parte da caracterização e aplicações biológicas das minhas amostras”, relata Willian. Por ser um projeto multidisciplinar, o professor Cardoso o viabilizou no campus do CNPEM.
Para o aluno, sua trajetória acadêmica na UFSCar foi essencial para a conquista do prêmio e para o avanço de suas pesquisas. “O que me motiva é um sonho de fazer ciência não apenas para a universidade, mas também para disseminar todo esse conhecimento à população. A UFSCar me ofereceu todo o suporte durante minha jornada e o CNPEM me concedeu uma oportunidade valiosa”. Segundo o professor Sylvio, o objetivo do grupo é fazer com que a pesquisa científica tenha um resultado importante. “A UFSCar está num processo contínuo de construção acadêmica e mesmo um tijolo que possamos acrescentar nesta edificação institucional é motivo de muita alegria a todos nós”, ressalta.
A premiação ACS-Langmuir foi concedida aos dez melhores pôsteres da conferência e divulgada no Quarto Encontro sobre Estruturas Auto-Organizadas em Soluções e Interfaces (AutoOrg 2014), que aconteceu de 5 a 7 de novembro na cidade de São Pedro (SP). Além de Willian, Jéssica Oliveira, atualmente aluna de doutorado em Química da Unicamp, também conquistou o Prêmio ACS-Langmuir. Jéssica foi aluna do curso de graduação de Química da UFSCar e apresentou o projeto intitulado “Ag@SiO2-Ampicillin: promising material for bacteria resistance” (Ag@SiO2 – Ampicilina: material promissor para a resistência de bactérias), também feito em parceria com o LNLS.
Como forma de reconhecimento, os premiados receberam um certificado emitido pela própria revista ACS-Langmuir na edição “The top ten best posters of AutoOrg2014 Conference” (“Os 10 melhores pôsteres da Conferência AutoOrg 2014), bem como a quantia de 100 dólares para cada ganhador. “Para mim, este reconhecimento é uma motivação para saber que estou no caminho certo. Minha expectativa é dar continuidade ao trabalho da melhor maneira possível e ver que ele pode salvar vidas. Também pretendo realizar pós-doutorado no exterior para me especializar ainda mais no tema e trazer grandes avanços da pesquisa em nanopartículas ao Brasil”, finaliza Willian.