“A ideia do CBC-Nano é dar ao Brasil condições de realmente estabelecer uma cooperação de longo prazo em nanotecnologia com a China, a exemplo do que vendo sendo o programa Cbers [Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês], que funciona há 25 anos e tem excelentes resultados”, avalia o coordenador-geral de Micro e Nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz.
Organizado pelo MCTI em parceria com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM), o evento inicia uma série de encontros que deve alternar de país a cada ano. Nesta primeira edição, os debates abordam os temas apoiados pela chamada pública lançada em novembro de 2013, cujos projetos binacionais devem ser escolhidos durante o próprio evento. A partir das discussões, um novo edital pode ser proposto.
A chamada pública vigente conta com R$ 3 milhões de cada país e, pelo lado brasileiro, destina-se a projetos das unidades estratégicas e associadas do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (Sisnano) e dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) com atuação na área.
Desenvolvimento tecnológico
A programação do seminário divide-se em quatro painéis temáticos: nanodispositivos e sensores para aplicações ambientais, alimentares, de saúde e agroindustriais; nanomedicina, nanotoxicologia e aplicações médicas e farmacológicas de nanopartículas; materiais avançados para remediação, descontaminação e aplicações ambientais; e nanofabricação, nanoprocessamento, caracterização e análise de nanocompósitos.
“Embora sejam países com muitas diferenças de cultura e escala, Brasil e China têm muita similaridade nos desafios sociais que enfrentam”, destaca Plentz. “Esses problemas em comum exigem respostas e soluções que podem vir da nanotecnologia, para melhorar essencialmente a qualidade de vida de suas populações e promover a prosperidade econômica dos países, e a ideia é que elas sejam desenvolvidas dentro de projetos fomentados pelo CBC-Nano.”
Participam das discussões pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCTI), do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), do LNNano e de diversas universidades. Pelo lado chinês, há representantes dos centros nacionais para Nanociência e Tecnologia (NCNST), de Pequim, e de Pesquisa em Engenharia para Nanotecnologia (NERCN), de Xangai.
Instituído em fevereiro de 2012, por meio de portaria, o CBC-Nano foi simbolicamente inaugurado em agosto daquele ano, durante encontro entre os então ministros Marco Antonio Raupp e Wan Gang. No mês seguinte, pesquisadores brasileiros estiveram no país asiático para tratar de iniciativas em nanotecnologia.
Repercussão: Portal Brasil, Jornal Brasil, Brasília Capital, Jornal da Ciência, NIT Mantiqueira , AEB, O Educacionista