Baguete em 02/02/2015
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), firmou uma parceria com a catarinense Produza para o desenvolvimento de tecnologias para o projeto Sirius, que produzirá raios de luz síncotron de quarta geração, algo inédito no país.
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), firmou uma parceria com a catarinense Produza para o desenvolvimento de tecnologias para o projeto Sirius, que produzirá raios de luz síncotron de quarta geração, algo inédito no país.
A Produza será responsável pela montagem de placas eletrônicas de alta complexidade para sincronizar temporalmente todos os equipamentos envolvidos no projeto, que tem o custo estimado em R$ 1,3 bilhão e sua construção deve ser concluída em 2018.
O protótipo do sincronizador está sendo desenvolvido em parceria com o Shanghai Institute Of Applied Physics Chinese Academy Of Sciences (Sinap) e será utilizado no acelerador de elétrons Sirius, e depois de testado e avaliado, será produzido em versão final.
“Como o LNLS não possui estrutura necessária para produção e montagem de placas eletrônicas e nem RH treinado para isto, já que a finalidade da instituição é a geração de raio X, nós terceirizamos a produção de placas”, afirma o engenheiro de controle e automação do LNLS, João de Brito Neto.
Segundo explica o laboratório, todo tipo de acelerador de partículas que existe no mundo necessita de um sistema de sincronismo, que pode ser encontrado também na indústria em qualquer aplicação que necessite de sincronia no controle de equipamentos, na aquisição e transmissão de dados, embora sem a mesma precisão necessária para o acelerador.
No caso do LNLS, os sincronizadores serão responsáveis por todo o processo de injeção de elétrons no acelerador quando necessário, como uma espécie de “marca-passo”.
A luz síncroton funciona como um grande e sofisticado microscópio e permite enxergar diversos materiais, tanto orgânicos quanto inorgânicos, emitindo luz visível, em infravermelho, em ultravioleta e raios X.
“Isso permite um estudo bastante detalhado dos materiais, desde proteínas usadas em remédios até a estrutura de plásticos e metais, além de potencializar os estudos em nanotecnologia”, destacou a entidade em nota.
O maior objetivo do projeto Sirius é disponibilizar a estrutura construída para as comunidades acadêmica e industrial brasileiras, segundo aponta Rafael Antonio Baron, engenheiro eletrônico do LNLS.
“O projeto Sirius está sendo desenvolvido pelo laboratório para assegurar uma grande participação de empresas nacionais na fabricação de seus componentes”, ressalta Baron.
O novo laboratório, considerado de quarta geração, terá praticamente o triplo da capacidade do atual síncroton brasileiro. As máquinas mais novas gastam menos energia, e podem enxergar estruturas da ordem de nanômetros (bilionésimos de metro) com mais resolução e rapidez do que o atual acelerador de elétrons do LNLS, denominado UVX.
Outra empresa catarinense que também participa do Projeto Sirius é a Weg, fabricante de motores elétricos de Jaraguá do Sul, que assumiu o compromisso de produzir os eletroímãs do acelerador, que guiam a trajetória dos elétrons.
Sediada em Florianópolis e parceira da Fundação Certi, atualmente a Produza conta com 55 funcionários, responsáveis por uma produção mensal de 1,7 milhão de chips. Entre os principais clientes estão empresas de tecnologia para o setor elétrico, telecomunicações, agricultura de precisão, equipamentos médicos, entre outros.
Entre as principais clientes da Produza estão a catarinense Reason S.A., recentemente comprada pela Alstom Grid, a gaúcha Stara, especializada em soluções agrícolas, e o consórcio TBK, com sede no Recife, que fornece sistemas de rastreamento para caminhões-pipa que abastecem o semiárido nordestino.