G1 em 25/02/2017
Os responsáveis pelo levantamento querem provar que este procedimento é mais limpo do que a biomassa, que é a mistura da palha com o bagaço da cana.
A estimativa é que a produção energética possa aumentar em sete vezes com o uso da palha sem queima.
“Se a gente pegasse hoje toda a palha no centro sul do país e colocasse para queimar, isso corresponderia aproximadamente uma Itaipu [usina hidrelétrica binacional que produziu 8,74 milhões de MWh em janeiro]”, disse Gonçalo Pereira, diretor do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), do Cento Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM).
De acordo com os especialistas, as usinas paulistas tentam há 20 anos utilizar a palha, mas não tem equipamentos adequados e nem o conhecimento logístico para por em prática.
“A palha é uma espécie de sol no estado sólido. Então, além de você desperdiçar e deixar a palha no campo tem a possibilidade de insetos e fungos se alojarem na palha. E ao longo do tempo, ela acaba virando CO2 e outros gases do efeito estufa. Deixar a palha no campo é péssimo para o meio ambiente”, completa o pesquisador Gonçalo Pereira.
Os especialistas lembram ainda que a palha é importante para a qualidade do solo, e não pode ser retirada totalmente. O estudo leva em conta ainda qual é o equilíbrio ideal.
“Pelo menos sete toneladas de massa seca de palha por hectare devem ser mantidas todo ano no campo para manter o equilíbrio”, ressalta o pesquisador do CTBE João Carvalho.
O próximo passo da pesquisa do CTBE é identificar como transportar a palha sem contaminá-la.
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