O Conselho Diretor da Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama) se reuniu, nesta quarta-feira (4), em Brasília, para definir planos trabalho e prioridades para 2014. Também foram escolhidas as representantes que poderão votar em nome dos laboratórios associados nesse colegiado.
A Renama tem o objetivo de promover desenvolvimento, validação e certificação de tecnologias e de métodos alternativos ao uso de animais para testes de segurança e eficácia de fármacos, medicamentos e cosméticos. No próximo ano, a rede vai focar as ações na implantação de métodos alternativos já validados pela Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE).
Paralelo a esse trabalho, haverá fomento para projetos que visam desenvolver novas técnicas para refinar, reduzir ou substituir o uso de animais em pesquisas. De acordo com o coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), José Mauro Granjeiro, a implementação dos métodos vai capacitar mais laboratórios. “Com essas técnicas disseminadas poderemos capacitar profissionais, o que contribuirá para ampliarmos a oferta de laboratórios aptos a fazer os testes para as empresas”, avaliou.
A Renama é formada por dois tipos de laboratórios: centrais e associados. O primeiro é constituído por Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Já os laboratórios associados são universidades e institutos de pesquisa e/ou desenvolvimento com reconhecida competência em realização e desenvolvimento de métodos alternativos ao uso de animais de experimentação. As pesquisadoras Silvya Stuchi Engler e Izabel Vianna Villela foram escolhidas para titular e suplente, respectivamente, da cadeira reservada a esse segmento.
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, participou da reunião por videoconferência. Ele destacou a importância de a rede implementar métodos alternativos de pesquisas ao uso de animais. “Temos que criar no Brasil uma cultura de pesquisa de qualidade. A Renama é uma ferramenta que nos trará autonomia nas pesquisas farmacológicas.”
Em 2012, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) lançou um edital, no valor de R$ 1,1 milhão, para financiar projetos de pesquisa de métodos alternativos já aplicados internacionalmente e também para desenvolvimento e validação de um modelo de pele humana reconstituída na forma de kits para testes de segurança e eficácia de cosméticos. A previsão é a de que um novo edital seja lançado no próximo ano.
Sobre a Renama
A Rede Nacional de Métodos Alternativos foi instituída por meio da Portaria 491/2012, editada pelo MCTI. Foi criada para permitir uma maior integração de trabalhos e também para o desenvolvimento de estudos colaborativos entre os laboratórios que desenvolvem estudos para substituir o uso de animais em pesquisas.
A Renama foi constituída com base num conceito internacional conhecido como 3Rs (Reduction, Refinement and Replacement), que prevê a redução do uso de animais em pesquisa; o refinamento das técnicas, usado para aliviar ou minimizar a dor e o estresse; e a substituição de animais vertebrados vivos em pesquisas para testes de segurança e eficácia de fármacos, medicamentos e cosméticos.
Repercussão: Jornal da Ciência