28/04/2010 – Portal Gestão C&T
O Conselho Científico Consultivo para Assuntos de Cooperação Internacional do MCT visitou nesta segunda-feira (26), três laboratórios nacionais que integram o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem) e avaliou as oportunidades de cooperação internacional. O centro é operado pela Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrontron (ABTLuS), por meio de contrato de gestão com o ministério. Receberam a visita do grupo, as unidades Luz Síncrotron (LNLS), Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e de Biociências (LNBio).
“O Cnpem é a força tarefa avançada da ciência brasileira”, destacou o coordenador do grupo de conselheiros, José Monserrat Filho. O conselho, que tem como objetivo propor temas, avaliar programas e emitir pareceres sobre os instrumentos de cooperação propostos por institutos e agências do MCT, realiza reuniões em diferentes instituições de ciência, tecnologia e inovação com inserção internacional.
Atualmente, o LNLS mantém parceria com instituições internacionais entre elas o Synchrotron Soleil, na França, o Diamond Light Source, no Reino Unido, e o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), nos Estados Unidos, em diversas áreas de pesquisa. Em operação desde 1997, o laboratório é a única fonte de luz síncrotron da América Latina. “Aproximadamente 20% dos cerca de dois mil usuários da fonte de luz são pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa de países latino-americanos e 14% são argentinos”, disse José Roque, diretor do LNLS.
Já o CTBE, inaugurado em janeiro deste ano, tem como missão contribuir para a liderança nacional no setor de fontes renováveis de energia e de insumos para a indústria química e, em especial, para o desenvolvimento da cadeia produtiva do bioetanol da cana-de-açúcar. A unidade está estrategicamente localizada no mesmo campus do LNLS, já que as pesquisas com enzimas, que apontarão os caminhos para a utilização do bagaço e da palha da cana na produção comercial do bioetanol, demandarão o uso de luz síncrotron.
O LNBio é uma instituição de PD&I em biotecnologia, nas áreas de biologia molecular e celular, proteômica, genômica, metabolômica e síntese química. As investigações utilizam três das 14 linhas de luz do LNLS como instrumento de pesquisa sobre estrutura de proteínas. Tem forte interface com parceiros privados, entre eles a Natura e o Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, empresas para as quais realiza screening de cosméticos e fármacos, respectivamente. “A nossa expectativa é intensificar o intercâmbio de pesquisadores na América Latina, sobretudo com a Argentina, um importante centro de estudos em biotecnologia”, disse Kleber Franchini, diretor do LNBio.
Os três laboratórios nacionais têm em comum, por exemplo, o projeto de robotização da Linha MX2, de cristalografia de macromoléculas, que permitirá aos usuários observar remotamente as amostras de cristal em análise. “A tecnologia otimizará o uso da MX2. Os equipamentos já estão em aquisição com recursos do CTBE, LNLS, LNBio e do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica”, detalha Yves Petroff, diretor científico do LNLS.