Agência Gestão CT&I em 10/06/2016
Pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) fizeram uma descoberta que pode levar ao desenvolvimento de novas terapias contra o câncer. Em um artigo publicado na revista Molecular Cell, eles descreveram mecanismos moleculares que regulam a produção da enzima glutaminase C (GAC), importante para a metabolização de um “combustível” essencial para a rápida proliferação de células tumorais.
Segundo o pesquisador Andre Ambrosio, a enzima glutaminase tem a função de converter o aminoácido glutamina em glutamato. “Essa reação química permite às células usar a glutamina como combustível, assim como faz com a glicose, para a produção de energia e para a síntese de aminoácidos, ácidos nucleicos e outras macromoléculas importantes para o seu funcionamento. Como a célula tumoral se prolifera de maneira descontrolada, precisa estar o tempo todo duplicando sua biomassa e, para isso, consumir glutamina é essencial.”
Ambrosio explicou que podem ser encontradas no organismo humano diversas isoformas da enzima glutaminase. As mais conhecidas são a GAC, a KGA (kidney-type glutaminase) e a LGA (liver-type glutaminase). Embora apresentem pequenas diferenças em suas cadeias de aminoácidos, todas catalisam a mesma reação química.
Sandra Dias, outra pesquisadora envolvida no estudo, informou que dados da literatura indicam que a isoforma LGA tem papel na transmissão de estímulos nervosos no cérebro e a KGA é importante para a detoxificação de amônia nos rins. “Já a isoforma GAC está mais relacionada com o crescimento de tumores e, portanto, entender como sua expressão é regulada tem impacto direto em terapia.”
O estudo foi realizado pelo Grupo de Pesquisas em Metabolismo Tumoral do LNBio e por cientistas do MD Anderson Cancer Institute, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e está disponível neste link.
Repercussão: ABIIS; Portal Protec