23/11/2009 – Portal da Agência Fapesp
‘Estamos aqui para oferecer e buscar uma parceria estratégica em ciência e tecnologia, não para buscar ajuda dos EUA’, disse o ministro Sergio Rezende, em Washington, para os parceiros norte-americanos”.
José Monserrat Filho é chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia e participou da missão científica brasileira aos EUA realizada na última semana. Artigo enviado pelo autor ao “JC e-mail”:
A 2ª Reunião da Comissão Conjunta Brasil-EUA sobre Cooperação em C&T, realizada na sede do Departamento de Estado, em Washington, nos dias 18, 19 e 20 de novembro, foi, certamente, o maior e mais importante encontro de ciência, tecnologia e inovação entre os dois países.
A delegação brasileira – presidida pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e composta por 40 autoridades e especialistas do setor – destacou-se pelo seu alto nível e desempenho competente nas mais diferentes discussões.
O evento foi presidido pelo ministro Rezende e pelo conselheiro de C&T do presidente Barack Obama e diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, John Holdren, doutor em Física, graduado pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT) e doutorado pela Stanford University, que presidiu a Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), a SBPC dos EUA.
Físicos e ex-alunos do MIT, ele e o ministro Rezende estabeleceram uma relação amistosa e construtiva, que muito contribuiu para o andamento animador da reunião. Participação positiva teve também a co-presidente do evento, Nina Fedoroff, conselheira de C&T da secretária de Estado, Hillary Clinton, e diretora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional.
Abrindo os trabalhos, o ministro Rezende fez uma exposição sobre o Plano de Ação (2007-2010) para o desenvolvimento da CT&I, o primeiro do gênero na história do Brasil. John Holdren, por sua vez, apresentou a visão dos EUA com respeito à ciência e tecnologia. Pareceu claro que os dois países vivem, cada um a seu modo, épocas muito especiais, quando o apoio à ciência, tecnologia e inovação como atividades estratégicas, ganha novo e vigoroso impulso. O que abre amplas possibilidades de cooperação em áreas vitais de interesse comum.
O ministro Rezende foi enfático: “O Brasil tem hoje um sistema de CT&I importante e competitivo em escala mundial. Como em muitos outros campos abarcados pelas relações entre os EUA e o Brasil, estamos aqui para oferecer e buscar uma parceria estratégica em ciência e tecnologia, não para buscar ajuda dos EUA”.
E frisou: “O conjunto de instituições e agências representadas na delegação brasileira demonstra, por si só, a importância que o Brasil atribui a este encontro e a real dimensão do nosso interesse na cooperação em áreas específicas. Estas áreas são muitas e variadas. No entanto, seu número é menor do que aquele que nós poderemos atender se formos capazes de aprofundar a visão estratégica de nossas relações em CT&I”.
Rezende salientou também: “O Brasil pode ser importante parceiro dos EUA na cooperação triangular em C&T com países em desenvolvimento. Iniciativas neste sentido poderão se tornar ainda mais atraentes e ganhar maior credibilidade, se formos capazes de mostrar resultados positivos de projetos bilaterais de pesquisa conjunta e parceria em áreas estratégicas como espaço, biotecnologia, semicondutores, nanotecnologia, fertilizantes e materiais avançados”.
E afirmou ainda: “O Brasil avançará ainda mais em C&T e em seu desenvolvimento econômico e social, se pudermos, com criatividade e apoio de ambas as partes, estabelecer vínculos e redes entre pesquisadores brasileiros que trabalham nos EUA e o setor empresarial do Brasil. Tais vínculos poderão desempenhar papel muito relevante no esforço de ampliar o dinamismo da indústria brasileira graças às excepcionais experiências e conhecimentos que estes pesquisadores adquiriram nos EUA”.
Seguiram-se as apresentações por áreas temáticas. Sobre “Cooperação em Ciências Básicas”, falaram o diretor da National Science Fundation (NSF), Arden Bement, e o presidente do CNPq, Marco Antônio Zago;
A cooperação em Educação e Saúde Pública foi abordada pelo diretor do Centro Internacional Fogarty dos National Institutes of Health (NIH), Richard Wyatt; pelo presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha; e pelo presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães;
A cooperação em Agricultura e Biotecnologia foi tratada pelo diretor do National Institute of Food and Agriculture, do Departamento de Agricultura dos EUA, Roger Beachy, e pelo diretor científico da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França;
Sobre cooperação Aeroespacial, Espacial, em ObservaAbrindo os trabalhos, o ministro Rezende fez uma exposição sobre o Plano de Ação (2007-2010) para o desenvolvimento da CT&I, o primeiro do gênero na história do Brasil. John Holdren, por sua vez, apresentou a visão dos EUA com respeito à ciência e tecnologia. Pareceu claro que os dois países vivem, cada um a seu modo, épocas muito especiais, quando o apoio à ciência, tecnologia e inovação como atividades estratégicas, ganha novo e vigoroso impulso. O que abre amplas possibilidades de cooperação em áreas vitais de interesse comum.
O ministro Rezende foi enfático: “O Brasil tem hoje um sistema de CT&I importante e competitivo em escala mundial. Como em muitos outros campos abarcados pelas relações entre os EUA e o Brasil, estamos aqui para oferecer e buscar uma parceria estratégica em ciência e tecnologia, não para buscar ajuda dos EUA”.
E frisou: “O conjunto de instituições e agências representadas na delegação brasileira demonstra, por si só, a importância que o Brasil atribui a este encontro e a real dimensão do nosso interesse na cooperação em áreas específicas. Estas áreas são muitas e variadas. No entanto, seu número é menor do que aquele que nós poderemos atender se formos capazes de aprofundar a visão estratégica de nossas relações em CT&I”.
Rezende salientou também: “O Brasil pode ser importante parceiro dos EUA na cooperação triangular em C&T com países em desenvolvimento. Iniciativas neste sentido poderão se tornar ainda mais atraentes e ganhar maior credibilidade, se formos capazes de mostrar resultados positivos de projetos bilaterais de pesquisa conjunta e parceria em áreas estratégicas como espaço, biotecnologia, semicondutores, nanotecnologia, fertilizantes e materiais avançados”.
E afirmou ainda: “O Brasil avançará ainda mais em C&T e em seu desenvolvimento econômico e social, se pudermos, com criatividade e apoio de ambas as partes, estabelecer vínculos e redes entre pesquisadores brasileiros que trabalham nos EUA e o setor empresarial do Brasil. Tais vínculos poderão desempenhar papel muito relevante no esforço de ampliar o dinamismo da indústria brasileira graças às excepcionais experiências e conhecimentos que estes pesquisadores adquiriram nos EUA”.
Seguiram-se as apresentações por áreas temáticas. Sobre “Cooperação em Ciências Básicas”, falaram o diretor da National Science Fundation (NSF), Arden Bement, e o presidente do CNPq, Marco Antônio Zago;
A cooperação em Educação e Saúde Pública foi abordada pelo diretor do Centro Internacional Fogarty dos National Institutes of Health (NIH), Richard Wyatt; pelo presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha; e pelo presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães;
A cooperação em Agricultura e Biotecnologia foi tratada pelo diretor do National Institute of Food and Agriculture, do Departamento de Agricultura dos EUA, Roger Beachy, e pelo diretor científico da Embrapa, José Geraldo Eugênio de França;
Sobre cooperação Aeroespacial, Espacial, em Observação da Terra e em Mudanças Climáticas, interviram Mary Kicza, da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOOA); Margaret Luce, da Nasa; Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); e o Brigadeiro Venâncio Alvarenga Gomes, chefe do Subdepartamento Técnico do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), do Comando da Aeronáutica do Brasil;
A cooperação em Energia foi apresentada pelo embaixador André Amado, subsecretário-geral para Assuntos de Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, e vice-secretário para Energia Renovável, do Departamento de Energia dos EUA;
Sobre a cooperação na área da inovação falaram o presidente da Finep, Luís Fernandes, a
presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Lúcia Melo, e o diretor do National Institute of Standards and Technology (Nist), Patrick Gallagher;
Abordaram a cooperação em Metrologia e na Ciência das Medidas o presidente do Inmetro, João Jornada, e o diretor do Nist, Patrick Gallangher;
A parte II da cooperação Aeroespacial, Espacial, em Observação da Terra e em Mudanças Climáticas foi tratada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganen, e pela conselheira de C&T da Secretaria do Interior e diretora do U.S. Geological Survey, Marcia McNutt.
Cabe destacar, no encontro, a assinatura de dois memorandos de entendimento: um entre os National Institutes of Health (NIH) dos EUA e a Capes, firmado por seus respectivos titulares, Richard Wyatt e Jorge Almeida Guimarães; e outro entre o Inmetro e o Nist, firmados pelos respectivos titulares, João Jornada e Patrick Gallagher.
Mereceu especial menção o memorando de entendimento previamente firmado entre o National Renewable Energy Laboratory (NREL), do Departamento de Energia dos EUA, e a Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Sincrotron (ABTLuS), que administra o Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CBTE) em nome do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Nos dias 18 e 19, diferentes grupos de membros da nossa delegação visitaram a sede da National Science Fundation (NSF), dos National Institutes of Health (NIH) e do National Institute of Standards and Technology (Nist). A visita, liderada pelo ministro Rezende, mostrou o quanto o Inmetro e o Nist estão entrosados em áreas de primeira linha da metrologia contemporânea. Ambas as instituições apostam na pesquisa básica como fundamento do trabalho prático que realizam.
Realizaram-se, também, reuniões técnicas sobre temas específicos, como inovação, agricultura, nas quais identificaram-se perspectivas de cooperação entre os dois países. Em dado momento, a inovação foi definida como “o conhecimento que produz dinheiro”, o que deu origem a uma troca de ideias conceituais, sempre útil e esclarecedora.
No final, o ministro Rezende anunciou que ele e John Holdren haviam acordado em acelerar o processo de definição dos programas e projetos a serem estruturados e implementados a partir deste encontro. O objetivo comum é chegar a uma cooperação mais produtiva e mais efetiva. Daí que, já nas próximas duas semanas, as partes brasileiras envolvidas na operação devem receber cartas do MCT, solicitando que elaborem com a máxima presteza suas propostas concretas de colaboração com seus parceiros norte-americanos.
Holdren descreveu a reunião como “extraordinária”. E completou: “Fizemos um grande trabalho e vamos fazer muito mais”. Para Sergio Rezende, “Brasil e EUA estão diante de uma chance histórica: lançar um novo tipo e um novo dinamismo de cooperação, com forte impacto de benefícios não só para os nossos dois países, como também para muitas outras nações desenvolvidas e em desenvolvimento”.
Além dos nomes já citados, integraram a delegação brasileira: Ronaldo Mota, secretário de Política Tecnológica e Inovação/MCT; Luiz Antonio Barreto de Castro, secretário de Políticas e Programas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/MCT; José Oswaldo Siqueira, diretor do CNPq; Hadil Vianna, diretor do Departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do MRE; Eugenius Kaskurewicz, diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Finep; Marco Aurelio Lima, diretor do Centro de C&T do Bioetanol (CTBE); Clayton Campagnola, diretor-executivo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); Pedro Antonio Arraes Pereira, presidente da Embrapa; Ladislau Martin Neto, coordenador do Labex-EUA da Embrapa; Rodrigo Correa de Oliveira, diretor do Centro de Pesquisa René Rachou, da Fiocruz; Claude Pirmez, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz; Leandro Viegas e Indiana Gonçalves, da área Internacional do Ministério da Saúde; Sandoval Carneiro, diretor de Cooperação Internacional da Capes; Jair Feldens Ferrari, vice-diretor de Aeronáutica do IAE/DCTA; André César da Silva, chefe da Divisão de Projetos do DCTA; Solange Maia Corrêa, diretora de Relações Institucionais e Internacionais do DCTA; Mário José Sampaio, pesquisador da Embrapa; João Vianei Soares, diretor de Observação da Terra/Inpe; Marcelo Firer, professor do Instituto de Matemática/Unicamp; e Carlos Ceglia, encarregado de Negócios, Rubens Gama, ministro Conselheiro de Assuntos Econômicos, e Everton Lucero, conselheiro de C&T, todos da Embaixada do Brasil nos EUA.