Assessoria de Comunicação em 10/04/2013
Um novo passo foi dado nesta terça-feira (9/4) rumo à construção de Sirius, a nova fonte brasileira de luz síncrotron. Um protocolo de intenções foi assinado entre o governo de São Paulo e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A parceria que visa à implantação do novo acelerador de elétrons do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) foi firmada em um evento que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin, do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Luiz Carlos Quadrelli, e do diretor-geral em exercício do CNPEM, Antônio José Roque da Silva, que também dirige o LNLS.
O governo paulista trabalha na desapropriação de uma área de 150 mil m2 ao lado do campus do CNPEM, em Campinas, que será cedida ao centro para a construção de Sirius. O terreno pertence a uma instituição financeira que já aceitou os termos propostos. Segundo divulgado, o estado investirá R$ 23,4 milhões para desapropriá-lo. O projeto prevê ainda outros R$ 650 milhões para a construção do acelerador, divididos entre MCTI e demais investidores.
Durante a cerimônia de assinatura do protocolo de intenções, o governador Alckmin destacou a relevância do projeto para o estado de São Paulo. “Este acelerador de elétrons é um dos grandes investimentos do Brasil, de suma importância para as pesquisas nas áreas de petróleo e pré-sal, medicina, química, farmacologia e outros. Consolida Campinas na vanguarda da ciência e tecnologia”, afirmou Alckmin.
O terreno a ser cedido permitirá que o CNPEM mantenha intacto um dos últimos resquícios de Cerrado do município, que fica no campus da instituição. O acordo de desapropriação envolve ainda o adensamento dessa mata, com a plantação de 3.700 árvores nativas do bioma, a cargo da instituição financeira.
Sobre o projeto Sirius
Sirius é um acelerador de elétrons que será utilizado para analisar características microscópicas dos materiais. O equipamento será instalado num edifício de mais de 40 mil m2 e abrigará um anel de armazenamento de elétrons de 3 gigaelétron-volts (GeV) e de baixa emitância. Este emite luz do infravermelho aos raios X, o que permite um estudo detalhado da composição molecular de compostos diversos, de proteínas usadas em remédios à estrutura de plásticos e metais.
O novo acelerador viabilizará a utilização da radiação síncrotron em um grande número de aplicações que, em função de limitações técnicas, não são possíveis na fonte atual disponível no LNLS desde 1997. A fonte do laboratório nacional foi a primeira a ser construída no Hemisfério Sul e até hoje é a única da América Latina.
A construção de Sirius tem início previsto para este ano e término em 2016.