Portal MCTI, em 13/07/15
Por Aldo Rebelo
O imperador Pedro II visitava a exposição internacional da Filadélfia, em celebração do centenário da independência dos Estados Unidos, em 1876, quando avistou num ponto ermo, sozinho e desassistido, o inventor Alexandre Graham Bell. Apresentado ao telefone, assustou-se (“Meus Deus, isso fala”) e entusiasmou-se: no ano seguinte, o aparelho já ligava o palácio imperial às residências dos ministros no Rio de Janeiro.
Do telefone que o imperador trouxe na bagagem à série de acordos e convênios que a comitiva da presidente Dilma Rousseff firmou em sua recente viagem aos Estados Unidos transcorreram 139 anos de intenso intercâmbio de conhecimento, produtos e serviços entre os dois países. A nova visita inaugura um ciclo venturoso na cooperação científica e tecnológica multilateral, que nesta semana a presidente ampliou em viagem à Rússia.
Maior gerador de conhecimento científico, tecnológico e de inovação do mundo, os Estados Unidos vão compartilhar invenções e aperfeiçoamentos que ajudem o Brasil a acelerar seu desenvolvimento – iniciativas que, naturalmente, forjam negócios bilaterais.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação assinou sete acordos com instituições americanas, no âmbito da recém-criada Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica.
O Plano de Ação para 2015-2017 prevê colaboração nas áreas de monitoramento de desastres naturais, ecossistemas, energias limpas e renováveis, saúde, segurança cibernética, inovação e luz síncrotron – avançado ramo da Física em que estamos construindo laboratório de última geração em Campinas (SP).
Com humildade e altivez, o Brasil, apontado como “potência global” pelo presidente Barack Obama, segue em trajetória de soberania e procura ampliar seu complexo científico, tecnológico e de inovação em benefício do desenvolvimento nacional. O progresso há de ser transversal, beneficiando toda a população – como já sonhava o antigo imperador.
Publicado em diversos jornais no dia 11/7/2015