G1, 21/09/2018
Obras do laboratório Sirius no CNPEM, em Campinas — Foto: Renan Picoretti/CNPEM/LNLS
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) confirmou nesta sexta-feira (21) a liberação de R$ 70 milhões dos R$ 200 milhões de verba suplementar para realização de uma 1ª volta de elétrons do projeto Sirius, laboratório de luz síncroton de 4ª geração projetado para ser o mais avançado do mundo, em Campinas (SP).
De acordo com a pasta, o valor será suficiente para a conclusão dessa etapa da obra, e o teste com a 1ª volta de elétrons está prevista para acontecer em novembro.
Em nota, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que abriga o projeto Sirius, explica que em novembro ocorrerá “volta de elétrons em dois dos três aceleradores que compõem o equipamento”.
“A volta no acelerador principal depende de atingirmos um vácuo similar ao que temos no espaço, um processo supersofisticado e complexo que não será concluído até novembro”, destaca o CNPEM.
A abertura da nova fonte de luz síncrotron para pesquisadores está programada para 2019, e a conclusão total da obra, com 13 linhas operando, para 2020.
Presidente Michel Temer e o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, visitaram o projeto Sirius em fevereiro deste ano — Foto: Fernando Evans/G1
Pedido ao presidente
Em fevereiro, o diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncotron, Antônio José Roque da Silva, aproveitou a visita do presidente Michel Temer ao Sirius para solicitar a verba suplementar de R$ 200 milhões. O valor seria necessário para garantir a primeira volta de elétrons do equipamento, prevista para agosto.
Em junho, sem sinal do dinheiro do governo federal, o CNPEM adiou a data da primeira volta de elétrons para o último trimestre deste ano.
Área interna do superlaboratório Sirius, no CNPEM, em Campinas — Foto: Fernando Evans/G1
Luz síncroton
Atualmente há apenas um laboratório da 4ª geração de luz síncroton operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia. O Sirius foi projetado para ter o maior brilho do mundo entre as fontes com sua faixa de energia.
Quando o Sirius estiver em atividade – substituindo a atual fonte de luz usada no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron -, estima-se que uma pesquisa que atualmente é feita em 10 horas nos equipamentos mais avançados do mundo poderá ser concluída em 10 segundos.