Objetivo é ampliar a área da Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia
Correio Popular, em 27/08/2013
Em busca de áreas para ampliar a oferta de terrenos para a instalação de empresas de alta tecnologia em Campinas, a Prefeitura estuda a possibilidade de ampliar o Ciatec 2 da Rua Ricardo Benetton Martins até próximo ao pedágio da Rodovia Adhemar de Barros, o que poderá praticamente dobrar a área atual do polo. Para isso será necessário alterar o zoneamento daquela região, atualmente rural, de forma que os proprietários possam vender as terras para uso industrial.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Ulysses Semeghini, disse ontem que a alteração no zoneamento será discutida dentro do contexto da revisão da lei de uso e ocupação do solo, que está sendo feita por um grupo que envolve técnicos da Prefeitura e representantes da sociedade civil.
Embora estude a nova área, a Prefeitura ainda não descartou a possibilidade de conseguir uma gleba de 7 milhões de metros quadrados da 11 Brigada de Infantaria Leve, entre a Avenida Cônego Antônio Roccato (Estrada dos Amarais) e Rodovia D. Pedro I. A Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) pretende atrair para Campinas empresas dedicadas à área de defesa, aproveitando os investimentos federais previstos para o reaparelhamento das Forças Armadas e que implicarão em transferência de tecnologia, como é o caso da compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) e o desenvolvimento de tecnologia do submarino atômico. As negociações com o Exército continuam, informou o presidente da Ciatec, Luiz Carlos Rocha Gaspar.
A gleba da Ciatec 2 tem 3 milhões de metros quadrados ocupados com 36 empresas e do restante, a maior parte é de áreas de preservação permanente (APP) e áreas verdes, que não podem ser utilizadas para a implantação de indústrias.
Já o Ciatec 1, às margens da Rodovia D. Pedro I, tem 750 mil metros de área, mas apenas 30% estão ocupadas por causa do imbróglio jurídico que existe sobre essas terras. A maior parte das terras pertence à União e há sobre elas uma disputa pela posse da área com a Prefeitura, desde o período em que os terrenos pertenciam à Ferrovia Paulista S.A (Fepasa). Enquanto essa situação não for resolvida, a implantação de empresas no parque 1 está comprometida. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Samuel Rossilho, a Prefeitura está trabalhando para resolver os impasses jurídicos e poder ter mais áreas para ofertar às indústrias interessadas em se instalar na cidade.
Encontrar áreas para a ampliação do polo tecnológico não é tarefa fácil. O Ciatec 3 estava inicialmente previsto para ser instalado na região do Campo Grande, em uma grande gleba da Agropecuária Acácias, que pertenceu ao Banco Safra, entre os bairros Florence e Rossin, na Macrozona 5. Para isso seria necessária transformar a área de rural para urbana, mas a mudança não foi aprovada pela Câmara Municipal. A Administração passada passou a trabalhar a implantação do polo na região do Campo Belo, ao lado do Aeroporto Internacional de Viracopos, delineando a indicação no plano de gestão da Macrozona 7. O plano, no entanto, está sendo refeito uma vez que os parâmetros anteriores estavam levando em consideração a curva de ruído do aeroporto existente antes da mudança do projeto de ampliação de Viracopos.
Nos últimos oito anos, o Ciatec atraiu R$ 2,7 bilhões em investimentos e poderia ter chegado a quase R$ 4 bilhões, se Campinas não tivesse perdido o projeto do Banco Itaú para Mogi-Mirim. A Prefeitura não é proprietária das terras, mas atua na atração dos investimentos com incentivos fiscais e com a política de uso e ocupação do solo.
Várias intervenções viárias estão previstas para melhorar o tráfego nesse polo, hoje já congestionado. Uma delas é completar a ligação do viaduto do Shopping D. Pedro com o centro do Ciatec 2 — já está executado até o balão da Unicamp. Outra é a continuação da Avenida Érico Veríssimo, além da duplicação das avenidas em frente ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, Cargill, CPqD e a construção da nova ponte do Ribeirão Anhumas. O Ciatec 2 está na Macrozona 3, área de urbanização controlada e cujo plano local de gestão, de 1996, está sendo revisto.