Investimentos e Notícias, em 07/01/2013
Acaba de ser assinado o primeiro contrato do PAISS – Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico, uma parceria entre a FINEP e o BNDES. O CTC – Centro de Tecnologia Canavieira receberá inicialmente R$ 227 milhões em crédito da FINEP, mas já estão em negociação valores suplementares por meio de subvenção econômica e pela linha FINEP – Cooperativo, dentro da nova estratégia de integração de instrumentos da Financiadora. Segundo Ricardo Jabace, superintendente da Área de Apoio a Projetos Inovadores e Descentralização da FINEP, isso mostra “a agilidade no processamento dessa operação”, destacando ainda que trata-se do apoio a um dos principais agentes do setor.
A proposta do CTC tem foco em tecnologias disruptivas, ou seja, aquelas que superam o estado-da-arte, e que, sozinhos, os produtores não conseguiriam desenvolver. O CTC irá colocar à disposição do mercado novas fontes de biomassa (bagaço e palha) e novos usos para ela, além de variedades de cana-de-açúcar com uma genética superior. Além disso, o Centro irá iniciar o conceito da biorrefinaria, com a viabilização da produção de biobutanol, importante produto químico com diversos usos, a partir dos açúcares da cana.
Hoje, o principal produto CTC é a venda de variedades melhoradas de cana-de-açúcar. Segundo o Centro, seu histórico de inovações já gerou ganhos de mais de R$ 500 bilhões para a indústria sucroenergética nacional nos últimos 40 anos. Só nos últimos seis anos foram depositadas 22 patentes.
Dos seus atuais 320 colaboradores, 109 estão voltados a pesquisa e desenvolvimento (P&D), tanto na área agrícola como na industrial. O centro tem também laços de cooperação com universidades de excelência, como USP, Unicamp, UFRJ e UFPr, além de institutos de pesquisa, como CTBE, IPT, Embrapa, e entidades de ponta fora do Brasil.
– A iniciativa da FINEP e do BNDES foi muito importante, ao disponibilizar recursos para pesquisa relacionada ao setor sucroenergético num momento em que este passa por dificuldades e luta para manter sua competitividade, frente a alternativas encontradas em outros países, como etanol de milho, nos Estados Unidos, e açúcar de beterraba, na Europa – diz José Gustavo Teixeira Leite, CEO do CTC.
Segundo ele, o Brasil vem assumindo uma postura de crescente relevância no cenário internacional. “Nessa direção, alinham-se os esforços do PAISS, viabilizando recursos para um setor de alta relevância e onde o Brasil pode liderar no médio e longo prazo”, diz Gustavo.
O Brasil é hoje o maior produtor de cana-de-açúcar do planeta, sendo responsável por 25% da produção mundial de açúcar e etanol, exportando aproximadamente 50% do açúcar e 20% do etanol comercializado no mundo. Além disso, é um dos poucos países que possui disponibilidade de grandes áreas para plantio. Há no país atualmente 413 usinas e 40 associações de fornecedores de cana-de-açúcar, que correspondem a uma área cultivada de 8,3 milhões colhidos na Safra 11/12. Deste total, aproximadamente 45% da área são de acionistas do CTC S.A.
Para Gustavo, o principal desafio em relação à viabilização do uso do etanol celulósico é conseguir reduções significativas do custo de produção.
(Redação – Agência IN)