Antonio José Roque da Silva será o homenageado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
O diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antonio José Roque da Silva, foi anunciado nesta sexta-feira (25) vencedor do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia 2025, concedido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O prêmio é um dos mais importantes da ciência no Brasil e, nesta edição, contemplou a área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. A entrega será no dia 8 de maio, às 18h, na sede da Escola Naval, no Rio de Janeiro.
Ao longo dos últimos 15 anos, José Roque esteve à frente dos esforços para concepção e desenvolvimento do Sirius, o maior e mais avançado equipamento científico construído no Brasil. Localizado no campus do CNPEM, em Campinas (SP), Sirius é uma fonte de luz síncrotron que tem em seu núcleo um acelerador de partículas de última geração, que colocou o país na linha de frente mundial nesta área.

Diretor-geral do CNPEM, físico Antônio José Roque da Silva
“O Sirius é a materialização do que a ciência brasileira é capaz de fazer quando há visão de longo prazo, investimento adequado e valorização do conhecimento. É um exemplo concreto da capacidade técnica e intelectual que temos no Brasil, algo que precisa ser mostrado com orgulho para a sociedade”, disse Roque.
À frente da diretoria geral do CNPEM desde 2018, ele atualmente coordena também a implantação do Projeto Orion, novo complexo laboratorial para o estudo de patógenos e ameaças biológicas emergentes, que contará com o primeiro laboratório de máxima contenção biológica (NB4) da América Latina e o primeiro do mundo conectado a uma fonte de luz síncrotron. O Orion será essencial para a soberania científica do Brasil diante de epidemias futuras e um marco para o avanço do conhecimento sobre doenças infecciosas.
“É um momento muito especial da minha carreira. Fui bolsista do CNPq no início da minha formação e agora recebo esse reconhecimento da instituição que tanto contribuiu para a ciência no Brasil. Sinto que esse prêmio não é apenas meu, mas de todos que constroem, com esforço coletivo, a ciência brasileira”, disse.
Após o anúncio, o diretor-geral dividiu a homenagem com todos os integrantes do CNPEM. “Minha carreira é parecida com a de muitos pesquisadores brasileiros. Iniciei com uma bolsa, fiz parte da minha formação no exterior, fui professor universitário e, desde então, trabalho para retribuir tudo o que recebi. A ciência é um esforço coletivo. Tudo o que fizemos no CNPEM só foi possível com a dedicação de milhares de pessoas. Por isso, esse prêmio também pertence a elas.”
Ele também agradeceu aos professores, colegas e à família, que o apoiou em sua trajetória, destacando que o prêmio reforça o compromisso de continuar contribuindo para uma ciência cada vez mais conectada com o país e as necessidades do nosso tempo.
José Roque ainda destacou a importância de todos os setores da sociedade na defesa da ciência. “É uma grande honra. Ao homenagear o Almirante Álvaro Alberto, o prêmio ressalta a importância de pessoas que, mesmo fora da comunidade científica, compreenderam e defenderam a ciência como pilar para o desenvolvimento do país. Esse é um simbolismo poderoso e atual, num momento em que precisamos ampliar o diálogo com a sociedade e reforçar a confiança na ciência brasileira.”
Sobre o CNPEM
O CNPEM compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Organização social supervisionada pelo MCTI, o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no Brasil, o CNPEM desenvolve o Projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos.
As atividades técnico-científicas do CNPEM são executadas pelos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além da Ilum Escola de Ciência, um curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).