IPT, em 20/03/2014
A área de nanotecnologia é uma das mais promissoras e inovadoras da atualidade, recebendo grande atenção dos cientistas e pesquisadores do mundo. Para incentivar novas pesquisas na área, a diretoria de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) promoveu o ‘Café com Tecnologia’ no dia 18 de março, terça-feira, tendo como convidado especial o professor Fernando Galembeck, um dos principais cientistas brasileiros. O evento reúne mensalmente profissionais do IPT para trocar experiências e discutir temas relacionados à inovação no cotidiano do trabalho nos laboratórios.
Galembeck, pesquisador do tema desde 1978, é doutor em físico-química pela Universidade de São Paulo (USP), ex-professor na Unicamp e atualmente diretor doLaboratório Nacional de Nanotecnologia no Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.
O diretor-presidente do IPT Fernando Landgraf ressaltou a importância do convidado para a ciência e a tecnologia brasileira dando como exemplo o número de patentes depositadas por ele, em um total de 18, das quais sete foram licenciadas. “Depositar patentes é o que incentivamos, mas licenciar patentes é um grande desafio. Depende da nossa imaginação e da visão de transformar um determinado projeto em negócio”, afirmou.
O CNPEM é composto pelo Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), que é único na América Latina; Laboratório de Biociências (LNBio), com foco em biotecnologia e fármacos; Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), criado com foco na área de bioenergia e na produção de etanol celulósico; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), dedicado à criação, à disseminação e à aplicação de nanotecnologia. Estes quatro laboratórios atuam em distintas áreas, mas possuem uma agenda transversal, no qual existem projetos que envolvem diferentes laboratórios.
Galembeck afirmou que toda a estrutura dos laboratórios do CNPEM está disponível para a comunidade acadêmica e empresarial do Brasil e do exterior. Ele explicou que, quando surgem trabalhos que possam ser investigados e pesquisados em laboratórios como os do IPT e de outros institutos comerciais, o CNPEM não assume o trabalho e encaminha o projeto para estas outras unidades. “Pois o foco é a inovação e não há concorrência com estes Institutos”, explicou.
O LNNano colabora e interage com empresas de diferentes países sempre com o objetivo de transferir a tecnologia para o mercado. Atualmente são 44 atividades que vão desde consultoria até contratos e convênios de longa duração. Fazem parte do LNNano o Laboratório de Microscopia Eletrônica (LME), o Laboratório de Ciência de Superfície (LCS), o Laboratório de Microfabricação (LMF), o Laboratório de Materiais Nanoestruturados (LMN) e o Laboratório de Processamento e Caracterização de Metais (CPM).
Em relação a infraestrutura laboratorial em nanotecnologia, a área de maior destaque é a de microscopia. Os profissionais deste laboratório incentivam a busca de melhorias da instrumentação e metodologias, além de oferecerem treinamentos para os usuários. “Não há um único microscópio que resolverá todos os problemas”, afirmou Galembeck.
Para a diretora de Inovação, Zehbour Panossian, o evento foi útil para diversas áreas apesar de ter sido voltado para a área de bionanotecnologia. “O tema é multidisciplinar e o intuito foi incentivar a troca de informações nas diferentes áreas. Os pesquisadores do IPT podem desenvolver projetos para atuar em conjunto e utilizar a estrutura dos laboratórios do CNPEM”, ressaltou.
Esta é uma oportunidade, afirmou ela, para intensificar a troca de informações entre instituições do Governo Federal (como o CNPEM) e Estadual (IPT): “Essa interação entre governos já é praticada com relações como a Embrapii e a Finep, por exemplo”.
Em abril, a diretoria de inovação do IPT deverá lançar um edital para desenvolvimento de projetos internos de capacitação estimulando propostas nas áreas de materiais nanoestruturados e tecnologias interdisciplinares.