Um documento conjunto foi elaborado e será encaminhado aos ministérios de Ciência e Tecnologia dos países-membros
Foto: Divulgação CNPEM
O CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) reforçou sua colaboração com a diplomacia científica internacional ao sediar, nos dias 14 e 15 de maio, a 6ª Reunião do Grupo de Trabalho do BRICS em Biotecnologia e Biomedicina, incluindo Saúde Humana e Neurociência. O encontro, realizado no campus do CNPEM em Campinas (SP), contou com a participação de delegações de Brasil, Rússia, Índia, China, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com apoio técnico do CNPEM, o evento teve caráter estritamente presencial e integrou a agenda oficial da presidência brasileira do BRICS em 2025. Durante os dois dias de programação, foram discutidos temas estratégicos como ensaios clínicos multicêntricos, preparação para novas pandemias, doenças mentais e cognitivas, tecnologias para doenças emergentes, bioética e neuroética, biotecnologia agrícola e segurança alimentar.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, mandou uma mensagem em vídeo para o grupo. “É com grande satisfação que o governo brasileiro volta a assumir a presidência do BRICS e, de modo especial, o MCTI tem a honra de coordenar novamente os diálogos no campo da ciência, tecnologia e inovação. Vivemos agora um novo momento. Estamos diante de um BRICS ampliado, mais forte, mais estratégico e cada vez mais relevante no cenário global. A cooperação em ciência, tecnologia e inovação no âmbito do BRICS é, na visão do Brasil, a mais dinâmica e sólida de todo o agrupamento”, afirmou.
Para a diretora do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM, Maria Augusta Arruda, o encontro marcou um avanço concreto na consolidação das parcerias internacionais. “É impressionante ver o avanço desse grupo que, já há anos, vem se reunindo. Houve uma reunião aqui no CNPEM em 2019 e ver esse reencontro agora, com parte dos participantes retornando, torna essa edição ainda mais auspiciosa. Apesar de nem todos estarem presentes na edição pré-pandêmica, a memória daquele primeiro encontro fortaleceu os laços e deu continuidade ao trabalho conjunto”, avaliou.
Ao final, todos os países presentes assinaram um resumo oficial da reunião, que será encaminhado aos ministérios de Ciência e Tecnologia dos países-membros e apresentado em encontro de alto nível com os ministros da área nos próximos meses. Dentre os principais resultados, foi destacado o avanço de um projeto do grupo voltado para neurociência, liderado pela Rússia.
A programação incluiu sessões técnicas moderadas por Brasil e Rússia, além de visitas às instalações científicas do CNPEM, como o Sirius – uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo – e o futuro complexo laboratorial para pesquisas em patógenos Orion, que prevê instalações de máxima contenção biológica (NB4) inéditas na América Latina.
A visita ao campus do CNPEM passou por diversos laboratórios e instalações do Centro.
Foto: Divulgação CNPEM
Criado em 2016, o Grupo de Trabalho em Biotecnologia e Biomedicina do BRICS busca fomentar parcerias científicas para enfrentar desafios globais relacionados à saúde, inovação e sustentabilidade. A edição de 2025 reforçou a ampliação de temas abordados, incluindo a biotecnologia agrícola, e consolidou a importância da ciência como ponte para a construção de um futuro mais justo e resiliente.
Sobre o CNPEM
O CNPEM compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Organização social supervisionada pelo MCTI, o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no Brasil, o CNPEM desenvolve atualmente o Projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos.
As atividades técnico-científicas do CNPEM são executadas pelos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), além da Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).