MCTIC, em 27/11/17
As obras de infraestrutura da fonte de luz síncrotron Sirius estão 71% concluídas. A informação é do diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio José Roque, que apresentou a infraestrutura nesta segunda-feira (27) a representantes de setores estratégicos do governo federal, em workshop no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Nas palavras de Roque, o Sirius será a maior infraestrutura científica construída no país. “Hoje, podemos dividir as obras em três partes: a civil, a do conjunto de aceleradores de elétrons e a das estações experimentais, chamadas de linhas de luz”, explicou. “O prédio teve um projeto executivo extremamente longo, devido à necessidade de estabilidade do piso, e isso inclusive trouxe avanços para a engenharia civil nacional. A expectativa é de que 85% dos gastos ocorram em empresas brasileiras. As obras civis tiveram início em janeiro de 2015 e já estão 71% prontas. A parte interna também está bem avançada.”
O secretário-executivo adjunto do MCTIC, Alfonso Orlandi Neto, destacou que o Sirius dispõe de R$ 503.210.903 do programa “Agora, é Avançar”, por meio do qual o governo federal se compromete a finalizar obras até o final de 2018 – época prevista para a passagem do primeiro feixe de elétrons pelo acelerador. “De fato, a gente tem o maior empenho e a maior dedicação nesse projeto, a fim de que essa etapa inicial possa estar entregue no ano que vem.”
Para o diretor de Programa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), André Arantes Luciano, a inauguração representará uma inflexão na história da infraestrutura tecnológica nacional. “Se tudo der certo, as primeiras linhas estarão disponíveis para a comunidade científica em 2018”, reforçou. “O propósito deste workshop foi agregar os atores públicos que lidam com pesquisa no Brasil, para que conheçam e se apropriem dessa ferramenta.”
Segundo o diretor de Gestão Estratégica do MCTIC, Johnny Santos, o evento atraiu setores estratégicos do governo federal para o futuro uso do Sirius, como defesa, energia e petróleo. Já na visão do diretor de Gestão das Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais, Gustavo Zarif Frayha, a nova fonte de luz sincrotron vai permitir ao Brasil “ingressar no primeiro mundo da tecnologia”.
O gerente da Divisão Científica do LNLS, Harry Westfahl Junior, ilustrou potenciais da ferramenta científica para agricultura, energia e materiais, meio ambiente, recursos naturais e saúde. O Sirius servirá à análise estrutural de materiais orgânicos e inorgânicos. A luz síncrotron é responsável por atravessar amostras e revelar informações a respeito dos materiais, no nível dos seus átomos e moléculas.
O prédio tem 68 mil metros quadrados (m²), construídos em uma área de 150 mil m², próxima ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
Repercussão: MTI Tecnologia; Fapesp; Agência FAPESP; Cana Mix; Planeta Universitário; Revista Amazônia; Carta Campinas