Jornal da Ciência, em 28/06/2013
Empresas brasileiras de base tecnológica têm a oportunidade de fazer parcerias para o desenvolvimento e fabricação de componentes para a nova fonte síncrotron do País
Um dos maiores projetos de ciência do Brasil está em busca de empresas para firmar parcerias em inovação. O novo acelerador de elétrons brasileiro, Sirius, será um dos mais avançados do mundo, competindo com outras máquinas de ponta na Europa, América do Norte e Ásia. O projeto, de 650 milhões de reais, permitirá o uso de radiação síncrotron para o estudo avançado de materiais. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pelo projeto, abre oportunidade para empresas brasileiras desenvolverem e fabricarem os componentes, equipamentos e sistemas que serão utilizados em Sirius.
Cerca de 30 desafios tecnológicos voltados, principalmente, para as áreas de Mecânica e Eletrônica serão disponibilizados para empresas de base tecnológica com o intuito de fomentar a participação delas neste projeto. Enquanto na atual fonte síncrotron do LNLS a maior parte dos dispositivos e elementos da máquina foi fabricada pelos próprios grupos técnicos do laboratório, hoje, o diferencial será atrair parceiros comerciais para o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias.
Cada um dos desafios será apresentado durante o Workshop: Parcerias Sirius, no próximo dia 28 de junho, em Campinas-SP. O evento contará com a participação de cerca de 40 empresas convidadas pelo LNLS, com o objetivo de estabelecer um primeiro contato. Também será assinado nesta ocasião um protocolo de cooperação entre o Laboratório e a empresa WEG, como a primeira parceria consolidada para a construção do Sirius.
Participam desse Workshop o Secretário Executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Rodrigues Elias; o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Carlos Henrique de Brito Cruz; o Presidente do Conselho de Administração do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Pedro Wongtschowski, e o Diretor-Geral do CNPEM, Carlos Alberto Aragão e o Diretor do LNLS, Antonio José Roque da Silva.
No momento, o projeto está em fase de terraplanagem, iniciada no dia 28 de maio, numa área total de 150 mil m². Durante os próximos três meses, será realizada a movimentação de 180 mil m³ de solo. A construção do Sirius deve iniciar logo após essa etapa, em outubro deste ano, com previsão de conclusão em 2016. O Projeto será financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em conjunto com agências de fomento e outras instituições.
Workshop: Parcerias Sirius
Data: 28 de junho de 2013, a partir das 8h30
Local: Auditório do Anel Síncrotron (LNLS), campus do CNPEM Rua Giuseppe Máximo Scolfaro, 10.000, Guará, Campinas – SP
Mais informações sobre os desafios apresentados neste workshop: lnls.cnpem.staging.wpengine.com/parceirossirius.
Sobre o projeto Sirius
Sirius é um acelerador de elétrons que será utilizado para analisar características microscópicas dos materiais. O equipamento será instalado num edifício de mais de 40 mil m2 e abrigará um anel de armazenamento de elétrons de 3 gigaelétron-volts (GeV) e de baixa emitância. Este emite luz do infravermelho aos raios X, o que permite um estudo detalhado da composição molecular de compostos diversos, de proteínas usadas em remédios à estrutura de plásticos e metais.
O novo acelerador viabilizará a utilização da radiação síncrotron em um grande número de aplicações que, em função de limitações técnicas, não são possíveis na fonte atual disponível no LNLS desde 1997. A fonte do laboratório nacional foi a primeira a ser construída no Hemisfério Sul e até hoje é a única da América Latina. A construção do novo projeto tem início previsto para este ano e término em 2016.
Sirius terá suas instalações abertas a usuários acadêmicos e empresariais, no mesmo modelo em que opera o atual Síncrotron que, em 2012, foi utilizada por 1.400 pesquisadores, entre brasileiros e estrangeiros. Sirius também ampliará parcerias que o LNLS mantém com empresas como a Petrobras, Braskem e Oxiteno, entre outras, para a implementação de projetos de novas tecnologias que têm contribuído para a consolidação da indústria nacional.
(Assessoria de Comunicação do CNPEM)