Metro Campinas, em 12/07/2013
Com um nome desses – Sirius –, que se inspira na estrela mais brilhante no céu, dá para se ter uma ideia do que vem por aí. Não é à toa que o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) de Campinas busca empresas parceiras para dar conta de um dos maiores projetos da história da ciência do país.
Até agora foram formalizadas duas intenções de acordo para auxiliar na construção do acelerador de partículas, com custo estimado em R$ 650 milhões. A nova fonte de luz síncrotron, de 3ª geração, deverá substituir a atual, chamada UVX, em operação desde 1997 na cidade.
A expectativa, segundo o diretor do LNLS, Antônio José Roque da Silva, é de que o primeiro feixe esteja pronto em junho de 2016 e, em 2017, o equipamento será aberto para usuários.
O equipamento é “como um grande microscópio, que permite você enxergar a estrutura da matéria. E o raio-x permite penetrar na matéria. Este vai ser melhor que o acelerador atual por ordem de grandeza”, explica Silva.
“O Sirius está entre os melhores do mundo. Vai viabilizar estudos que hoje não conseguimos. Um exemplo possível será desvendar as proteínas muito complexas, o que permitirá o desenvolvimento de alguns fármacos”, completa.
Mas o que justifica a vinda de um equipamento desse porte para Campinas? Silva logo adianta que a escolha pela cidade remete à década de 1980, quando teve início a construção do único acelerador síncrotron da América Latina. Pessoas-chave envolvidas com o projeto tinham ligação direta também com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), grande vetor de investimentos para a cidade.
“Temos uma universidade muito forte quando falamos de tecnologia, que é a Unicamp. Além disso, Campinas está muito bem posicionada, próximo a São Paulo, São Carlos e a uma série de outros locais que fazem a diferença nesse cenário.
Portanto, creio que tenha sido uma excelente escolha.”
Com a construção do Sirius, o diretor do LNLS acredita que Campinas tende a despontar ainda mais no universo da tecnologia. “O acelerador irá atrair pesquisadores em maior número para cá. E irá consolidar a cidade ainda mais como um grande centro para a inovação e estimular ainda mais parcerias com empresas”, aposta Silva.