Inovação Tecnológica em 10/05/2017
Melhor que densímetro
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), desenvolveram um sensor para avaliar a qualidade do álcool combustível de maneira simples, rápida e prática.
O aparelho tem a capacidade de atestar, em segundos, se o etanol avaliado está dentro das especificações ou se foi adulterado.
O sensor consiste em dois eletrodos metálicos, sendo um deles revestido com uma camada funcional de espessura nanométrica. Os eletrodos são acoplados frente a frente e imersos no etanol. A avaliação da resposta elétrica do sensor permite determinar o teor alcoólico do combustível e informar, de imediato, se o etanol está dentro dos padrões de consumo.
A tecnologia tem potencial para substituir o densímetro, o aparelho usado hoje nas bombas de combustível.
“Embora amplamente utilizados para a verificação de combustível, os densímetros são mais imprecisos e o resultado da análise é de difícil visualização por parte do consumidor. Por ser pequeno e ter um custo baixo quando produzido em escala, o novo dispositivo pode ser instalado não apenas nas bombas, mas em todos os elos produtivos da cadeia, como usinas, caminhões de transporte ou mesmo nos carros dos consumidores finais,” afirmou Carlos César Bof Bufon, responsável pelo projeto.
Qualidade do etanol na internet
Além de atestar se o produto está de acordo com as especificações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), outro benefício do dispositivo eletrônico em relação às tecnologias tradicionais é a possibilidade de conexão com a internet, dentro do conceito de internet das coisas.
“O dispositivo pode ser conectado à internet das coisas e poderá transferir informações em tempo real a uma rede de dados onde são acessadas de forma remota. Isso abre a possibilidade de se criar aplicativos que informam a qualidade do etanol em um conjunto de postos de combustível, por exemplo”, explicou Bufon.
A tecnologia está patenteada e pronta para ser adotada pela indústria. “Nossa expectativa é que o sensor esteja disponível no mercado em cerca de dois anos”, disse o pesquisador.