Assessoria de Comunicação, em 27/07/2010
Para autoridades presentes na abertura do evento, inovação tecnológica nas empresas e fortalecimento dos institutos de pesquisa são essenciais ao crescimento científico brasileiro
Por Luiz Paulo Juttel, de Natal
O mar é o tema que norteia as discussões da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 25 a 30 de julho, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal. Entretanto, o assunto que pautou os discursos de abertura e que foi tema central de importantes apresentações do primeiro dia do evento foi a necessidade de uma política científica alinhada à política industrial do país.
O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, afirmou que o Brasil se destaca atualmente em apenas três setores: agronegócio, petróleo e aeronáutica. Em todos eles o sucesso é fruto, principalmente, da atuação de empresas como Embrapa, Petrobrás e Embraer.
Uma solução para ampliar a lista de destaques, recomendou Raupp, seria um maior investimento nos institutos de pesquisa. Livres das responsabilidades acadêmicas, estes poderiam atuar em grandes projetos científicos mobilizadores em áreas como a pesquisa na Amazônia, microeletrônica, fármacos e energia.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, reforçou a fala de Raupp ao dizer que a ciência brasileira precisa alinhar sua política nacional à política industrial para continuar progredindo. O ministro comentou ainda sobre um quarto setor de sucesso brasileiro: a produção de bioetanol combustível.
A palestra de Rezende foi uma espécie de balanço da atuação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) durante o governo Lula. Além de falar da evolução da ciência brasileira em diversas áreas desde 2002, o ministro apontou algumas metas para 2022, levantadas durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) realizada em maio deste ano, em Brasília.
A expectativa é, na próxima década, elevar o investimento nacional em ciência e tecnologia de 1,2% para algo entre 2 e 2,5% do PIB brasileiro. Também se almeja dobrar o número de bolsas fornecidas por CNPq e Capes para um total de 450 mil (duass para cada mil habitantes), triplicar a quantidade de engenheiros, elevar de 400 para 4 mil o número anual de patentes depositadas e aumentar de 3% para 30% a proporção de empresas inovadoras.
Até 30 de julho, serão realizados 71 conferências, 53 mesas-redondas e 29 simpósios na 62ª Reunião Anual da SBPC, 41 deles relacionados ao mar. O evento também abrange encontros, minicursos e sessões de pôsteres de trabalhos científicos.
O CNPEM na ExpoT&C
Uma das principais atrações da SBPC 2010 é a ExpoT&C, exposição que conta com um estande do Centro de Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e os Laboratórios Nacionais que o integram: LNLS, CTBE e LNBio. No primeiro dia do evento, o ministro Sergio Rezende visitou o estande do CNPEM. Lá, recebeu informações sobre o projeto de criação da nova fonte de Luz Síncrotron brasileira, a Sirius, e sobre a finalização da obra da Planta Piloto do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), voltada ao desenvolvimento de tecnologias de etanol celulósico e de outras tecnologias para a indústria.
O visitante que for ao estande do CNPEM poderá conhecer ainda os programas do Centro voltados a estudantes universitários, como o Bolsas de Verão.
A ExpoT&C reúne 120 expositores, entre universidades, institutos de pesquisa, agências de fomento e órgãos governamentais em uma área de 6 mil m² localizada no estacionamento do campus da UFRN. Cinco mil pessoas devem visitar a ExpoT&C diariamente até sexta-feira, das 10h às 19h.