NIT Mantiqueira em 24/02/2017
Os pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências injetaram em camundongos uma quantidade de vírus da zika bem próxima da que o Aedes aegypti carrega. E de uma maneira parecida com a picada do mosquito.
“O que a gente fez foi conseguir reproduzir exatamente o que acontece num ser humano, onde as defesas imunológicas são todas saudáveis, o animal saudável, e a gente conseguiu mostrar que mesmo nesse tipo de modelo, o vírus é capaz de alcançar o embrião”, explica o pesquisador Murilo Carvalho.
De acordo com o estudo, nos casos em que o embrião é infectado, o vírus pode impedir que o tubo neural, que é a estrutura que dá origem à espinha e ao cérebro, se feche da maneira correta. Isso aumenta o risco de acúmulo de líquido na cabeça do feto, que pode pressionar o cérebro e impedir que ele cresça como deveria. O que pode causar a microcefalia.
Com a descoberta de como começam os problemas de formação, os pesquisadores concluíram que o período em que o contato com o vírus é mais perigoso acontece antes do que se imaginava. O risco do bebê ter problemas de desenvolvimento é maior se a mãe for infectada entre a 2º e a 5º semana de gestação, período que muitas mulheres nem sabem que estão grávidas.
“A gente viu que a partir de um determinado estágio de desenvolvimento de camundongo, que seria comparável à estágio mais tardios da gravidez em humano, depois da 5º semana, a gente não conseguiu identificar más-formações, mas a gente identificou o virus nos embriões, então a gente não pode falar que existe uma janela segura para as grávidas após a 5º semana”, orienta o pesquisador.
Assista a reportagem veículada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/02/pesquisadores-reproduzem-em-laboratorio-efeitos-da-zika-na-gestacao.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_content=jn