O Brasil deverá contar com a colaboração argentina na construção de uma nova fonte de luz síncrotron de terceira geração.
Os ministros da Ciência e Tecnologia dos dois países, Aloizio Mercadante e Lino Barañao, assinaram, em Buenos Aires, um memorando de entendimento que prevê a colaboração no projeto.
Física dos aceleradores
O desenvolvimento conjunto vai incluir a área de física dos aceleradores, linhas de luz e estações experimentais, todas ligadas ao novo acelerador, que será instalado no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP).
Segundo o LNLS,os argentinos são os principais usuários estrangeiros do laboratório, responsável pela operação da única fonte de luz síncrotron da América Latina, aberta a pesquisadores de todo o Brasil e de outros países em 1997.
A nova fonte, considerada de terceira geração, deverá ampliar as oportunidades de investigação em áreas como nanociências, nanotecnologia, biologia molecular e estrutural, materiais avançados e energia alternativa.
“O LNLS permitiu que setores da comunidade científica argentina tivessem acesso a equipamentos indispensáveis à investigação experimental competitiva e de qualidade. Até então, as alternativas eram limitadas. Hoje, essa comunidade cresceu e existe uma necessidade ainda maior de uso desse tipo de instrumento”, disse Felix Requejo, do Instituto de Investigações Físicoquímicas, Teóricas e Aplicada da Argentina.
O memorando de entendimento assinado em Buenos Aires prevê intercâmbio de pesquisadores, desenvolvimento tecnológico conjunto e a constituição de um grupo de trabalho para coordenar e avaliar o progresso dessas atividades.
Fonte Sírius
A nova fonte brasileira de luz síncrotron, chamada Sírius, deverá operar com energia de 3 GeV (bilhões de elétrons-volts), o que lhe conferirá um desempenho no nível dos maiores síncrotrons do mundo, como o Diamond, da Inglaterra, o Soleil, da França, ou o National Synchrotron Light Source, nos Estados Unidos.
Segundo Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS, o acordo abre a possibilidade de que a Argentina também contribua no financiamento da nova fonte e abre perspectivas para a participação ativa de outros países da América Latina.
Além dos argentinos, pesquisadores de Cuba, Colômbia, Chile e México utilizam o LNLS para a realização de investigações científicas.
“Com essa iniciativa, o Brasil consolida posição de liderança na ciência latinoamericana, facilitando o acesso a equipamentos de pesquisa avançada que não estão disponíveis nesses países”, diz Walter Colli, diretor geral da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron – organização social responsável pela gestão do LNLS – e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais.
Repercussão
Blog do Abel: https://abeldomoemas.blogspot.com/2011/02/novo-acelerador-de-eletrons-brasileiro.html
Novo Notícias: https://noticias.novobr.com/tecnologia/novo-acelerador-de-eletrons-brasileiro-tera-participacao-argentina/
Inest: https://www.inest.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=146%3Abrasil-e-argentina-assinam-memorando-de-entendimento-para-ctai-em-luz-sincrotron&catid=70%3Actai&Itemid=78