NIT Mantiqueira, 22/05/2017
Em parceria com a NürnbergMesse, o arranjo de NIT’s do MCTIC reunirá tecnologias, estudos e soluções de instituições científicas tecnológicas e de inovação em stand da FCE Cosmetique 2017. Análises em acelerador de partículas e produtos da Amazônia estão entre os destaques que serão apresentados.
Do dia 23 a 25 de maio, o Núcleo de Inovação Tecnológica Mantiqueira – Arranjo de NIT’s vinculado a Diretoria de Gestão das Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais do Ministério de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – reunirá tecnologias inovadoras das Instituições Científicas Tecnologias e de Inovação do MCTIC durante a FCE Cosmetique 2017.
O principal objetivo NIT Mantiqueira na FCE Cosmetique é aproximar os mercados de cosméticos e de fármacos das soluções que estão sendo desenvolvidas dentro dos laboratórios das Instituições e que podem significar possibilidades de inovação para esses setores. A prospecção das tecnologias que estarão presentes no stand foi feita pelo NIT Mantiqueira, em parceria com a NürnbergMesse, seguindo as tendências de inovação da área em escala mundial.
Conheça algumas das principais tecnologias que serão apresentadas pelo NIT Mantiqueira na FCE Cosmetique 2017.
Luz Síncrotron para cosméticos e fármacos mais eficientes
Analisar, em escala nanométrica, a estrutura de uma molécula de um cosmético ou fármaco pode ser a chave para o desenvolvimento de um novo medicamento que ofereça menos efeitos colaterais ou de oferecer ao mercado uma tintura de cabelo e um hidratante mais eficiente. Este é um dos benefícios que a cristalografia e o uso do acelerador de partículas do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), laboratório que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), prometem oferecer para o mercado.
A pesquisadora do LNLS, Ana Carolina Zeri, explica que nesta técnica, o raio X produzido no acelerador de partículas de luz síncrotron atravessa um cristal da amostra analisada. Como resultado, é feita uma imagem deste raio X, do qual é possível desvendar as estruturas das biomoléculas, invisíveis em microscópios comuns. Conhecer essas estruturas de forma exata significa confirmar, por exemplo, qual o tipo de ligante (um tipo e ingrediente) é mais eficiente e interage melhor quando se pensa em hidratação de pele ou de cabelo, ou quando se testa novos cosméticos baseados em produtos naturais.
No caso dos fármacos, Zeri exemplifica a possibilidade de criar, por exemplo, um medicamento para o tratamento de câncer que ofereça menos efeitos colaterais. Ela lembra que uma das drogas mais utilizadas na quimioterapia do câncer causa a queda de pelos e cabelos em pacientes em tratamento porque, além de inibir o crescimento do câncer também age no crescimento de outras células do corpo, como os folículos capilares. Utilizando a análise cristalográfica com raio x, é possível buscar outras moléculas e testar como elas podem impedir o crescimento das células cancerígenas, sem prejudicar o funcionamento de outros mecanismos do corpo humano. “Quanto mais se conhece o sistema que você está lidando, as intervenções serão mais precisas. Conseguimos criar fármacos mais eficientes e com menos efeitos colaterais”, diz a pesquisadora.
A pesquisadora Ana Carolina Zeri estará presente no stand do NIT Mantiqueira (stand 862), no dia 24 de maio, durante a FCE Cosmetique 2017. No mesmo dia, a pesquisadora apresentará uma palestra sobre o tema, durante a feira. Mais informações: https://youtu.be/ictaY6KfnSI
Human On a Chip
A tecnologia desenvolvida pelo o Laboratório Nacional de Biociência (LNBio), ligado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), promete simular o mais próximo possível a fisiologia humana in vitro. No projeto intitulado Human on a chip, o LNBio cultiva tecidos humanos em chips, controlados por computadores que realizam a circulação de um fluído que cumpre parcialmente as funções do sangue. O método permite o cultivo de diferentes tecidos no mesmo chip, uma estratégia para a emulação (imitação) da complexidade do organismo humano. O complexo sistema permite, por exemplo, testar o potencial de novos cosméticos causarem alergia pela exposição simultânea do produto à pele e cálulas do sistema imune.
A iniciativa “Human on a chip” integra o portfólio de projetos da Rede Nacional de Métodos Alternativo ao Uso de Animais (RENAMA). O projeto é desenvolvido com apoio do Ministério da Saúde, Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações (MCTIC) e Grupo Boticário.
O pesquisador do CNPEM, Eduardo Pagani, um dos responsáveis pelo projeto, estará presente no stand do NIT Mantiqueira, no dia 25 de maio, na FCE Cosmetique. No mesmo dia, a pesquisador apresentará uma palestra sobre o tema, durante a feira. Veja a chamada da palestra: https://youtu.be/TGe8zOqLLGA
Géis de nanocelulose em cosméticos: Espessante derivado de cana-de-açúcar
O potencial dos géis de nanocelulose para cosméticos é ilimitado, tendo em conta sua alta viscosidade em repouso, tixotropia, alta força de gel, elevada retenção de umidade e excelente capacidade de formação de filme. Todas essas propriedades são importantes para cosméticos que variam desde cremes e produtos para cabelo até esmaltes e rímel.
A pesquisadora Juliana Bernardes, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), coordena uma linha de pesquisa voltada para a extração de nanocristais e nanofibrilas de celulose do bagaço da cana de açúcar para uso como espessantes, agregando valor ao maior resíduo do agronegócio e oferecendo uma alternativa sustentável para substituição dos espessantes tradicionalmente disponíveis no mercado.
Para que a celulose seja considerada nanométrica, pelo menos uma de suas dimensões precisa ser menor do que 100 nm. Nesta escala, a celulose se apresenta no formato de nanofibrilas ou de nanocristais. Dispersões controladas destas nanopartículas de celulose em meio aquoso em baixas concentrações formam géis que podem ser usados como aditivos para diferentes produtos formulados, incluindo cosméticos.
Biomassas para Cosméticos
“O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) leva à FCE sua expertise com o fracionamento de biomassas e novas aplicações para resíduos de processamento de biomassas. Dentre as recentes atividades do Laboratório destaca-se também o desenvolvimento e aprimoramento de metodologias analíticas que auxiliam na identificação de compostos químicos das mais variadas biomassas. Essa atividade, explica Sarita Rabelo, coordenadora da Divisão de Processos do CTBE, “é de suma importância para a indústria de cosméticos pois contribui para que as empresas identifiquem novas formas de agregar valor aos resíduos gerados no processamento”, conta. Completa o rol de atuação do CTBE o desenvolvimento de métodos mais eficientes para extração e fracionamento de Óleos Essenciais de frutas, folhas, cascas, sementes entre outras partes dos mais diversos frutos e biomassas.”
Biblioteca de produtos Naturais para o desenvolvimento de fármacos e cosméticos
Em parceria com a Phytobios, o Laboratório Nacional de Biociências, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), está desenvolvendo uma biblioteca química de produtos naturais de plantas brasileiras provenientes dos biomas Amazônia, Mata atlântica, Cerrado e Caatinga.
O objetivo do projeto é estudar a biodiversidade brasileira novos compostos químicos para o desenvolvimento de fármacos e cosméticos. Para isso, o LNBio está testando os compostos da biodiversidade brasileira visando a busca de novos fármacos anticâncer, antibióticos, cicatrizantes, antidepressivos, entre outros.
Produtos da Amazônia – Batom de Gordura de Bacuri
A Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental – Rede Namor, que também faz parte da rede de Arranjos de NIT’s do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), também estará presente no stand do NIT Mantiqueira apresentando os produtos da Amazônia desenvolvidos pelas suas instituições associadas. Um destes produtos é o batom com Gordura de Bacuri.
O novo batom é uma realização do Laboratório de Nanotecnologia Farmacêutica, coordenado pela professora Roseane Maria Ribeiro Costa, e o Laboratório P&D Farmacêutico e Cosmético liderado pelo professor José Otávio Carréra Silva Júnior, ambos docentes da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O diferencial desse batom é a utilização da gordura do bacuri, que por sua vez tem a extração da própria semente. Para obter esse “cosmético verde”, houve a troca das substâncias comercias que são comumente utilizadas na produção. Entre os pontos que foram destaque no cosmético, estão as suas propriedades emoliente e hidratante.
Segundo os pesquisadores, a intenção é continuar a pesquisa e agregar valor a matéria prima comum da região amazônica. O baracurizeiro é um produto florestal auto-sustentável, sendo que seus subprodutos são vistos como alternativas interessantes e promissoras para o desenvolvimento socioeconômico. Mais informações, clique aqui.
Produtos da Amazônia – Repelente a base de extratos, frações e óleos essenciais de Aninga-açu
Atualmente, existe um alerta mundial de epidemia de Zika, uma doença com sintomas semelhantes aos da dengue e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Na Amazônia, existem relatos de ribeirinhos que afirmam que onde ocorre a espécie vegetal Montrichardia, popularmente conhecida como “Aninga”, não se encontra o mosquito da malária, apontando para uma possível ação repelente desta planta para este inseto.
Logo, tal informação despertou o interesse de pesquisadores em transformar essa ação do vegetal em repelente para uso da população. Assim, foi criado um composto produzido a partir de extratos, frações e óleos essenciais da Aninga com o intuito de servir como repelente de mosquitos. O grande diferencial são os insumos incorporados na fórmula, o princípio ativo e a composição química natural da planta, que agem sinergicamente entre si, potencializando a ação do princípio ativo.
O potencial repelente da tecnologia advém do alto teor de constituintes voláteis identificados no pecíolo e bainha de Montrichardia, e da substância repelente identificada na inflorescência de M. linifera, uma das espécies de Aninga. Essa substância participa do mecanismo de defesa de algumas espécies de vegetais, atuando contra pragas e possuindo atividade repelente comprovada, da mesma forma, outras substâncias encontradas no extrato desta planta potencializam o efeito repelente dos constituintes voláteis da espécie vegetal, tornando-a uma tecnologia economicamente viável para aplicação farmacológica e tecnológica, com matéria prima natural e amazônica.
Serviço
NIT Mantiqueira – FCE Cosmetique
Stand: Rua Q – 862
De 23 a 25 de maio de 2017
Horário das 13h às 20h,
Local: São Paulo Expo