Portal CNPq, em 01/06/2012
O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) iniciou nesta quinta-feira (31), uma série de eventos em comemoração aos seus 25 anos, contados a partir de 1987 quando efetivamente começou a ser implantado em Campinas (SP).
No primeiro evento, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou que o projeto de uma nova Fonte de Luz Síncrotron – denominada Sirius – tem o integral apoio do MCTI e gestões para integralizar os R$ 467 milhões necessários.
A Petrobras deve apoiar a construção do equipamento, com o qual pesquisadores poderão adquirir mais conhecimentos no campo da geofísica, de fundamental interesse para a indústria petrolífera. “Os entendimentos estão avançados. Só falta a autorização da Agência Nacional de Petróleo”, afirmou Raupp. Há negociações igualmente avançadas com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e entendimentos iniciais com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
“No último dia 30 de maio, aniversário de 50 anos da Fapesp, disse em meu discurso que um dos projetos em cooperação do ministério com o estado deveria ser o Sirius. A entidade tem sido parceira do MCTI em várias iniciativas como, por exemplo, a de aquisição do supercomputador para o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos”, disse Raupp.
Prioridade –O ministro frisou que o Sirius é prioridade do MCTI e contará com recursos orçamentários da pasta. Já foram investidos pelo ministério R$ 35 milhões, o que possibilita, desde 2011, o desenvolvimento de protótipos de componentes para a nova Fonte de Luz. “Não por acaso, está presente nesse evento a cúpula do ministério, demonstrando a importância que esse Laboratório e o projeto Sirius têm para o MCTI”, destacou Raupp.
A Fonte Sirius vai operar com 3,0 Giga elétron-volts (GeV) de energia e muito mais brilho do que a fonte atual, que entrou em operação em 1 de julho de 1997. Será uma Fonte de terceira geração, e para construí-la o LNLS dispõe do conhecimento necessário, decorrente de domínios tecnológicos que consolidou com a construção da atual fonte, pioneira no Hemisfério Sul.
Das 45 fontes síncrotrons atualmente em operação no mundo, 15 são de terceira geração. Com desempenho equiparado ou superior a essas novas fontes, o Sirius proporcionará a competitividade do Brasil em áreas estratégicas de pesquisa como nanociências, biologia molecular estrutural – base para o desenvolvimento de fármacos -, materiais avançados e energias alternativas.
Os vencedores do Nobel de Química em 2009 usaram um acelerador dessa categoria para desvendar a estrutura molecular do ribossoma, organela celular que catalisa a tradução do código genético para proteínas.
Comemoração – Os 25 anos do LNLS e os 15 de operação da Fonte de Luz Síncrotron serão comemorados com uma série de colóquios. O primeiro fez um resgate histórico dos primeiros anos de implantação do projeto, lembrados por um dos principais idealizadores do LNLS, Rogério Cerqueira Leite, e pelo coordenador do projeto da atual e da futura Fonte Síncrotron, Ricardo Rodrigues, e pelo diretor científico da instituição, Yves Petroff, que também identificaram os principais desafios a serem enfrentados para a construção do Sirius.
O LNLS começou a ser instalado efetivamente em 1987, como um instituto de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), após um período de debates e projetos preliminares, ocorridos de 1982 a 1986. Posteriormente, com a transferência dos institutos para o Ministério da Ciência e Tecnologia (atual MCTI), passou à estrutura do ministério. Em janeiro 1998, o LNLS tornou-se a primeira instituição do país a operar no modelo de Organização Social (OS), tendo o MCTI como principal financiador.
A Fonte de Luz Síncrotron ¿ um potente emissor de Raios-X e Ultravioleta – permite a cientistas de diversas outras instituições do Brasil e do exterior, realizar experimentos científicos que objetivam compreender propriedades de materiais.
Em 2011, nas estações de atividades em operação foram realizados 443 experimentos, nos quais estão envolvidos cerca de 1800 pesquisadores de diferentes áreas, como Física, Química, Biologia, Engenharia de Materiais. Empresas também utilizam a infraestrutura disponível no LNLS, mediante contratos específicos.
O LNLS, juntamente com os laboratórios nacionais de Biociências (LNBio), de Nanotecnologia (LNNano) e de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), constituem o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPem). Eles cumprem missões de Laboratórios Nacionais, abertos a pesquisadores-usuários. (Com informações da Ascom do CNPem)
Assessoria de Comunicação do CNPq
Foto: Guilherme Borini/CNPEM/LNLS
Repercussão: Jornal Brasil Online. Ambiente Brasil,