Engenharia E em 11/09/2016
A tecnologia desenvolvida por uma startup alemã, utiliza chips com culturas de células humanas. Ela está sendo usada em diversos laboratórios, porque substitui a exploração dos animais nos testes. E agora, o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), está absorvendo essa tecnologia.
Esses dispositivos são interligados em circuitos que simulam as condições do organismo. A utilização da tecnologia no Brasil está ligada ao esforço do país em reduzir e substituir a utilização de animais em testes de medicamentos e cosméticos.
Human on a chip (ser humano em um chip, em inglês), é um projeto da empresa TissUse, que está transferindo a tecnologia para o LNBio. A parceria começou em 2015, com o treinamento de pesquisadores brasileiros em Berlim.
O MCTIC investiu R$ 1 milhão, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Grupo Boticário repassou mais R$ 500 mil.
“Cada chip tem mais ou menos o tamanho de um Smartphone e é capaz de abrigar células de órgãos diferentes em compartimentos separados”, disse o gerente de desenvolvimento de fármacos do LNBio, Eduardo Pagani.
“A ideia é pegar pedacinhos dos órgãos e mantê-los vivos nessa preparação e integrados como ocorre no nosso organismo. Isso já é uma realidade”, explicou Pagani. “No futuro, a ideia é reproduzir um organismo humano num chip. Imaginamos poder fazer uma arquitetura celular semelhante ao do organismo vivo, explicou.”
De acordo com Pagani, alguns testes em animais ainda são exigidos, mas uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em 2015, obriga os laboratórios a encerrarem a exploração e uso em animais nos próximos três anos.
Repercussão: Jus Brasil