Veja, em 11/05/20
Informação está em circular enviada aos postos do Itamaraty no exterior; sem transparência, suposta descoberta deve ser recebida com ressalvas
Esses testes utilizaram ferramentas como biologia computacional para avaliar a eficácia do remédio, diz o documento. Um deles foi selecionado. Os testes in vitro, em laboratório, segundo o governo, revelaram eficácia de 94%.
A próxima fase será testá-lo em 500 pacientes, sem data anunciada. E o nome do medicamento não foi divulgado. Esse comunicado é útil para diplomatas responderem a questionamentos no exterior sobre o que o Brasil está fazendo para combater o avanço do vírus no país.
Há um mês, o ministro Marcos Pontes anunciou que um remédio estava sendo testado com sucesso para ser empregado no Brasil contra o coronavírus. O segredo, no entanto, permanece.
Sem qualquer transparência em torno do tal programa de testagem de medicamentos, a história da suposta conquista brasileira contra a pandemia deve ser recebida com ressalvas e precisa ser melhor explicada pelo governo. Afinal, há meses o planeta corre atrás de vacinas e medicamentos eficazes no combate ao coronavírus e nada revolucionário foi descoberto. Algumas vitórias foram divulgadas, mas nada que seja capital contra a doença.
Nos Estados Unidos e na Europa, alguns testes avançaram nas últimas semanas com drogas como remdesivir e a famosa cloroquina de Jair Bolsonaro. No primeiro caso, resultados colhidos por pesquisadores americanos também se revelam otimistas.
O Brasil chegou neste domingo a 11.123 mortes na pandemia. Foram 496 óbitos registrados nas últimas 24 horas, contra os 730 contabilizados entre a sexta-feira e o último sábado. O número de pessoas diagnosticadas com Covid-19 , por sua vez, subiu para 162.699.