Valor em 15/02/2018
Vice-líder do governo Michel Temer na Câmara, o deputado federal Beto Mansur (PRB-SP) afirmou nesta quinta-feira que o presidente não tem os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência no Congresso, mas disse que a previsão é de votar a proposta até dia 28 de fevereiro.
“A ideia é que se comece a discutir na semana que vem a emenda aglutinativa e se vote até dia 28 de fevereiro”, afirmou Mansur a jornalistas, depois de acompanhar Temer em visita ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas (SP). Segundo o parlamentar, o governo tinha até a semana passada 270 dos 308 necessários para votar o projeto – assim, faltariam 38 apoios.
Mansur afirmou ainda que o governo tem articulado a proposta com governadores e prefeitos, para que eles pressionem as bancadas estaduais a votar pela aprovação da reforma.
“Temos que votar, botar a cara”, disse o parlamentar. “Não quero ser cobrado porque não votei.”
Filiado ao PRB, Mansur negocia sua migração para o MDB, a convite de Temer.
Debate
Após participar de reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), afirmou que a discussão da reforma da Previdência no plenário da Casa começará na próxima terça-feira, dia 20 de fevereiro, mesmo sem o governo ter a garantia de receber os 308 votos necessários para que a proposta de emenda constitucional (PEC) seja aprovada. Nas contas do emedebista, o governo ainda precisa de 40 votos para emplacar o texto do relator Arthur Maia (PPS-BA).
“Está prevista para terça-feira, 20 de fevereiro, o início da discussão da reforma da Previdência”, disse. “Temos consciência de que precisamos da semana que vem para buscarmos os votos necessários para a aprovação.”
Ele acrescentou que o final de fevereiro é o prazo limite para que o texto seja apreciado pelos parlamentares.
Mesmo sem a garantia de votos, o titular da Secretaria de Governo disse que tanto Maia quanto Temer estão “motivados” para seguir na estratégia de conseguir o apoio necessário para aprovar a proposta. As investidas seguirão no final de semana, quando Temer receberá ministros e líderes da base para uma reunião no domingo à noite. Já na segunda-feira será a vez de Maia se reunir com os líderes na residência oficial.
“Desenvolvemos um trabalho de busca de apoio para a reforma. Estamos avançando. Saio dessa reunião com a confiança redobrada sobre a aprovação da reforma. Encontrei Maia muito motivado e já agendamos reunião com líderes da base na segunda-feira, à noite.”
O ministro destacou ainda que o governo segue aberto para negociar mudanças na proposta, desde que as alterações reflitam em maior entrega de votos por parte dos deputados.
“As concessões que podem ser feitas na reforma dependem de voto. O projeto ainda pode ser aprimorado, desde que não deixem de estar presentes os pilares da reforma. Entramos com uma emenda aglutinativa básica e podemos aceitar sugestões de aprimoramento depois do início da discussão. Enfrentamos resistência em todas as bancadas, mas temos o apoio de uma ampla maioria”, concluiu Marun.