O Orion é importantíssimo e vai ser um complexo laboratorial fantástico! Precisamos de ainda mais unidades como essa nos grandes centros urbanos do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, e também na Amazônia, onde existem muitas doenças infecciosas. O Brasil está atrasado na capacidade de lidar com novos patógenos, como a Covid-19 demonstrou. Durante a resposta do país a essa pandemia, os laboratórios NB3 ficaram sobrecarregados, o que representou um gargalo na possibilidade do país desenvolver sua própria vacina em tempo hábil
O foco da pesquisa de Rejane está na identificação de proteínas presentes no estômago do mosquito transmissor da malária, o Anopheles darlingi. Estudos realizados com mosquitos de espécie próxima demonstram a existência de uma proteína em seu estômago capaz de bloquear o parasita causador da malária, Plasmodium vivax. Segundo Rejane, a partir desta proteína seria possível desenvolver em laboratório inseticidas e larvicidas capazes de bloquear o desenvolvimento do parasita dentro do hospedeiro, alcançando o maior enfoque da Organização Mundial da Saúde, que é desenvolver produtos que eliminem o parasita do mosquito sem agredir o homem ou a natureza. Rejane de Castro Simões utilizou a espectrometria de massas para identificar e caracterizar peptídeos encontrados em estômagos de mosquitos adultos alimentados com sangue de voluntários infectados pela malária. “Eu sempre quis desenvolver algo que pudesse retornar para a comunidade. É como se eu estivesse devendo para a comunidade aquilo que eles estão investindo em mim. É mais do que justo dar o retorno. É através de seus impostos que estamos aqui”.
Instalação utilizada: LNBio/Laboratório de Espectrometria de Massas