Portal R7 em 05/05/2011
No discurso que Dilma Rousseff fez após reunião com seu colega alemão, Christian Wulff, a presidente destacou, nesta quinta-feira (5), parcerias acertadas com o país europeu que buscam solucionar alguns dos principais problemas que o Brasil enfrenta em seu início de governo.
O primeiro a ser mencionado foi a carência de mão-de-obra especializada em áreas que envolvem tecnologia e infraestrutura, que movimentam grandes investimentos no Brasil.
– Destaquei as necessidades de formação e qualificação profissional para milhares de brasileiros e brasileiras que entram todos os anos no mercado de trabalho. […]Reiterei a determinação de complementar esse esforço com o aumento substantivo do número de bolsistas brasileiros no exterior nas áreas de engenharia, ciências exatas e ciências biológicas.
Na visita, foi feito acordo entre a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o Serviço Alemão de Intercâmbio para bolsas de doutorado e programas de intercâmbio. O objetivo do governo é, até 2014, enviar 10 mil estudantes para universidades alemãs, pagando transporte, estadia e bolsas de estudo.
E seu discurso, Wulff respondeu que as universidades da Alemanha “estão abertas os estudantes brasileiros”.
Na reunião que tiveram antes, ministros brasileiros apresentaram ao presidente alemão os planos do Brasil em aeroportos e no trem-bala, que ligará Campinas ao Rio. A expectativa é que empresas alemãs se interessem com investimentos e tecnologias. A presidente tocou no tema ao final da declaração.
– Apresentei ao presidente Wulff as novas oportunidades, o PAC, investimentos na área de portos e aeroportos, investimentos para a Copa e para as Olimpíadas e também a expectativa de participação dos investidores e da tecnologia alemã no trem de alta velocidade.
No mês passado, o governo adiou o leilão para a construção do trem-bala. A prorrogação do prazo para novas propostas foi feita dias depois de o ministro dos Transportes alemão se encontrar com autoridades brasileiras.
A outra parceria fechada entre Brasil e Alemanha é na troca de tecnologias para desenvolvimento de laboratórios de aceleração de partículas, chamados synchrotron. Composto de um túnel circular, esse equipamento consegue analisar a fundo materiais de ponta usados na medicina, na indústria química e eletrônica.
No Brasil, o laboratório do tipo sediado em Campinas deverá pesquisar principalmente gás e petróleo. Também foi assinado acordo para trazer um centro de inovação do Instituto Fraunhofer, que faz pesquisa industrial de ponta, para o Brasil.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, comemorou.
– Nós temos 1.200 empresas no Brasil de origem de capital alemão, é mais ou menos 7% da produção industrial brasileira. Elas precisam desse apoio e nós queremos estender isso para toda a indústria brasileira.