12/06/2009 – Correio Popular
Salão de Turismo de São Paulo atrai políticos interessados em estimular ainda mais negócios com o turismo nacional
O Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, realizado entre os dias 1º e 5 de junho, atingiu sua expectativa inicial e atraiu perto de 100 mil pessoas ao Expo Center Norte, em São Paulo. A Capital Paulista foi escolhida para sede do primeiro Salão porque é o maior pólo emissor de turistas do País. Na quarta-feira, o Salão teve até a participação do presidente Lula na abertura. “O turismo já é a terceira pauta nas exportações brasileiras, perdendo apenas para a soja e o minério de ferro. Agora é preciso estimular o brasileiro a conhecer seu próprio país e elevar o Brasil às primeiras colocações do ranking”, disse o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.
O Salão foi a única grande feira de turismo aberta para o público em geral e não só para os profissionais do trade. A oportunidade de comercialização de roteiros entre os agentes de mercado também aconteceu, no entanto, não só as operadoras fizeram negócios. Até o fechamento desta edição, a organização só tinha calculado os números até sábado.
Na Vitrine Brasil, um espaço com 1,3 mil metros com apresentação de produtos associados ao turismo, os visitantes puderam escolher entre uma grande diversidade de artesanato com exemplares de todo o País. Das 24 mil peças, 23 mil foram vendidas até sábado. A Vitrine contou também com um mercado de produtos de agricultura familiar e uma livraria/café, para comercialização e leitura de livros gastronômicos.
O Núcleo do Conhecimento – espaço para palestras e debates – contou com a participação de 5 mil pessoas. Na área cultural, o evento se mostrou uma eclosão de cores e ritmos, com suas mais de 60 apresentações culturais. Na área da Mostra Gastronômica, que reuniu pratos dos 27 estados brasileiros, foram comercializadas, até sábado, 40 mil degustações. Os pratos mais vendidos foram a carne de sol com farofa d´água, do Rio Grande do Norte (1,7 mil somente no sábado).
A Fundação Getúlio Vargas realizou uma pesquisa entre os visitantes da feira e descobriu, com relação ao tipo de produto (destino) preferido dos visitantes, que 36% dos entrevistados preferem os roteiros com sol e praia. Em segundo lugar ficaram os roteiros de ecoturismo, com 25,5% da preferência. O roteiro cultural veio logo atrás, com 24,5% da preferência e 7,8% dos entrevistados disseram preferir os roteiros com festas populares. “Os dados mostram números bem equilibrados. Esta é a primeira vez que os roteiros de sol e mar ficam com menos de 50% da preferência dos entrevistados. Esse número é importante porque mostra que o turista tem interesse por outros destinos”, analisa o secretário-executivo de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Milton Zuanazzi.
Com relação aos negócios que podem se concretizar a partir do Salão, os números também são otimistas. A pesquisa da FGV mostra que entre compradores e vendedores dos 451 novos produtos turísticos, 93% disseram que, provavelmente, vão concretizar negócios. Os compradores têm expectativa de negócios em R$ 22,5 milhões, os vendedores, de R$ 52,24 milhões para 2006. Durante a rodada de negócios houve dois mil agendamentos entre compradores e vendedores.
A Rodada de Negócios, realizada no Salão do Turismo, é uma das estratégias do Ministério do Turismo para alcançar as metas do Plano Nacional do Turismo 2003-2007. Ela foi criada por meio de uma parceria entre o Ministério e o Sebrae para ampliar a oferta de produtos turísticos e qualificar os agentes de turismo receptivo.
Campinas no circuito de Ciência e Tecnologia
Campinas esteve no Salão do Turismo apresentando o Circuito de Ciência e Tecnologia, que abrange também Jaguariúna, Santa Bárbara D ‘Oeste, Limeira, Americana, Indaiatuba, Monte Mor, Nova Odessa, Piracicaba e Sumaré. Somente Campinas, Jaguariúna, Limeira e Santa Bárbara estão com seus roteiros definidos. O acordo que forma o Circuito foi fechado em abril e as cidades e as indústrias estão se adequando para receber os turistas.
O alvo do Circuito são os executivos que vêm a Campinas e região a negócios. “O objetivo é que o executivo estenda sua permanência na cidade para além do período de trabalho para conhecer o pólo tecnológico e ainda outras atrações da região, fazendo passeios rurais, visitando museus, conhecendo a história dos centros históricos e praticando esportes na natureza”, explica Alexandra Caprioli, da Caprioli Turismo, agência de Campinas responsável pelo receptivo do Circuito.
Em Santa Bárbara D’Oeste, a atração é o Museu dos Confederados. Em Limeira, são as fazendas centenárias de café. Jaguariúna tem a maria-fumaça e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Campinas, além do ecoturismo de Sousas e Joaquim Egídio e da história do Centro da cidade, quer levar visitantes para as universidades e empresas de alta tecnologia.
De acordo com Alexandra, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações CPqD, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Unicamp, a PUC-Campinas, o Centro de Pesquisa Renato Archer (CenPRA), o Instituto Biológico, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) estão praticamente prontos para receber visitantes, faltando alguns detalhes de adaptação. O Instituto de Zootecnia (IZ) e o Laboratório de Luz Síncrotron também integram o circuito em Campinas, no entanto, não farão parte das visitações em curto prazo.
Alexandra frisa que a rotina dos institutos não será afetada com a intervenção de visitantes. Para que nenhum funcionário precise parar sua atividade para dar explicações aos turistas, a Caprioli trabalhará com 50 monitores que estão sendo selecionados entre os estudantes do curso de Turismo da PUC-Campinas e treinados nos institutos a fim de que instruam os visitantes. Segundo Alexandra, os alunos, que têm sempre conhecimento de um ou mais idiomas além do português, serão remunerados pela Caprioli e se especializarão em determinadas empresas. Em comum, os estudantes serão monitores para passeios no centro histórico de Campinas.
Durante o Salão do Turismo, foram realizadas rodadas de negócios entre os agentes do mercado turístico. “Recebemos operadores de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR) e São Paulo (SP) interessados em comercializar os roteiros do Circuito de Ciência e Tecnologia”, afirma Alexandra.