G1, 5 setembro de 2019
Projeto que será realizado em Campinas (SP) prevê investimento de R$ 3,7 milhões em dois anos na busca de alternativas para redução das emissões de carbono.
Uma parceria entre o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), e a estatal chinesa Sinochem prevê a realização de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para a produção de combustíveis biorrenováveis em até dois anos. Serão investidos R$ 3,7 milhões no período.
O pesquisador Mário Murakami, do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), explica que a parceria nasce “estruturada”, uma vez que patentes já desenvolvidas pelo CNPEM servem de ponto de partida. “A gente pula essa etapa por tudo o que já foi feito. O projeto não começa do zero.”
A ideia é desenvolver rotas bioquímicas para a produção de etanol de 2ª geração a partir de resíduos agroindustriais e de biomassas, criando assim alternativas para redução das emissões de carbono.
De acordo com Murakami, a estrutura do CNPEM, com diversos laboratórios trabalhando de forma integrada, vai ajudar a encurtar o tempo de desenvolvimento da tecnologia. A ideia é não apenas criar rotas ou fórmulas, mas escalonar o processo em uma escala pré-industrial.
Estrutura do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), em Campinas (SP) — Foto: Erik Nardini/CNPEM
“O projeto visa utilizar ferramentas avançadas e luz síncrotron no desenvolvimento de novos biocatalisadores e biofábricas moleculares, capazes de produzirem biocombusíveis em alta quantidade”, explica o pesquisador.
A parceria com a estatal chinesa poderá utilizar o Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração projetado para ser o mais avançado do mundo. No equipamento, que deve receber as primeiras pesquisas em 2020, os cientistas poderão analisar as reações bioquímicas ao nível atômico.
Unicamp
Além de firmar parceria com o CNPEM, a Sinochem acertou um convênio com a Unicamp para o desenvolvimento de leveduras especiais para a produção de etanol de primeira e segunda geração, além de pesquisas para a produção de etanol de milho.
As pesquisas serão conduzidas no Laboratório de Genômica e Expressão (LGE), e receberão investimento de R$ 4,7 milhões por dois anos.