A Unidade EMBRAPII CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), o Aché Laboratórios e a empresa Phytobios fecharam parceria para identificar substâncias bioativas em extratos vegetais da biodiversidade brasileira. O projeto, orçado inicialmente em R$ 10 milhões, pretende descobrir e desenvolver novos medicamentos para áreas de oncologia e dermatologia. A EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) financiará 1/3 do valor, cerca R$ 3,3 milhões, para a viabilização do projeto. A parceria foi oficializada nesta segunda-feira (11), na sede da Unidade EMBRAPII, em Campinas.
A expectativa para o sucesso do projeto é grande, já que reúne parceiros capazes de integrar todas as atividades necessárias para chegar a um novo medicamento. O CNPEM tem grande expertise no desenvolvimento e condução dos ensaios para a identificação de compostos bioativos. A Phytobios possui mais de dez anos de experiência na condução de expedições de bioprospecção em biomas brasileiros. Já o laboratório Aché tem conhecimento nas etapas de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos inovadores, incluindo otimização de moléculas e know-how em fitoterápicos.
O projeto – A busca por moléculas bioativas se iniciará a partir da biblioteca de produtos naturais, onde há extratos e frações derivados de centenas de espécies vegetais do Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Essas substâncias serão testadas em ensaios de alto desempenho, desenvolvidos para predizer suas atividades biológicas e potencial terapêutico. As substâncias, identificadas como promissoras para terapias em oncologia e dermatologia com diversas indicações potenciais, serão otimizadas antes de seguirem para avaliações de segurança e eficácia em testes pré-clínicos e clínicos. A expectativa é que novos produtos e tecnologias sejam patenteados e disponibilizados ao mercado em até 15 anos.
Sobre a EMBRAPII
A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial foi criada em 2013 com o objetivo de estimular a inovação na indústria brasileira, promovendo a interação entre instituições de pesquisa tecnológica e empresas do setor industrial. O seu modelo de atuação prevê o financiamento de até 1/3 do custo total de cada projeto aprovado, com recursos não reembolsáveis (ou seja, a indústria não precisa devolver o montante aportado) e o restante é dividido entre a indústrias e as unidades EMBRAPII.
Ao compartilhar riscos de projetos com as empresas, espera-se estimular o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica para, assim, potencializar a força competitiva das empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional. O processo é ágil e sem burocracia. Atualmente, 42 instituições tecnológicas são credenciadas pela entidade.
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Localizado em Campinas/SP, compreende quatro laboratórios referências mundiais e abertos à comunidade científica e empresarial. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) opera a única fonte de luz síncrotron da América Latina; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), com foco em biotecnologia e fármacos; o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) investiga novas tecnologias para a produção de etanol celulósico; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza pesquisas com materiais avançados, com grande potencial econômico para o país. |