18/09/2010 – Portal Sergipetec
Nesta semana representantes dos meios empresariais, científicos e tecnológicos e do poder público se reuniram em Campinas, interior de São Paulo, para debater o “Projeto de Ciência, Tecnologia e Inovação da Região de Campinas e seus Parques Científicos e Tecnológicos”. Com presença de 200 pessoas, foram apresentados os dados coletados durante mais de um ano de pesquisas, realizadas na Região Administrativa de Campinas (RAC), com o intuito de identificar as principais potencialidades e, principalmente, as fragilidades que têm impedido um maior crescimento e desenvolvimento da região como um todo.
“Os resultados do estudo foram compilados neste relatório, construindo um cenário-base para a consolidação de uma rede de atores com a visão necessária para o desenvolvimento”, informa o coordenador da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp), Eduardo Gurgel do Amaral, que coordenou as pesquisas.
Empresários e pesquisadores discutem problemas que impedem o crescimento
Gurgel destaca a identificação dos setores em desenvolvimento com maior força no mercado interno brasileiro e os que precisam de incentivos para ampliar a capacidade de atuação no país. “Durante as pesquisas, recolhemos dados que identificam a expertise da região na geração de inovação e conhecimento. Possuímos profissionais qualificados e meios de capacitar a mão de obra necessária, além de pólos científicos já desenvolvidos e universidades que são referência no Brasil e no mundo. No entanto, precisamos aperfeiçoar a troca de informações e experiências e fomentar o comprometimento entre os atores desse processo para que possamos alavancar o crescimento da região de maneira estruturada, com condições técnicas e ambientais para um crescimento ordenado e sustentável, levando à população da região condições para crescer num processo conjunto”.
Outro ponto importante apontado pelo relatório foi a interação entre universidade e empresas. Numa região onde se concentram grandes universidades – três públicas do estado, USP, UNESP e Unicamp e diversas instituições privadas, como a PUC-Campinas, a Unimep, a Universidade São Francisco, a Uniararas, a Unisal, a UNIP, a Unipinhal e São Leopoldo Mandic -, elas são procuradas para o desenvolvimento de pesquisas em situações isoladas e os acadêmicos ainda não participam efetivamente da vida das empresas, mas permanecem nas universidades, apenas nos campos de pesquisas.
Os parques científicos e tecnológicos são importantes instrumentos para promover a aproximação entre centros de P&D (pesquisa e desenvolvimento) das empresas. Alguns modelos de parques tecnológicos e científicos foram apresentados por profissionais especializados, no intuito de promover na discussão as melhores propostas para a macro região campineira.
A RAC é composta por sete Regiões de Governo (Bragança Paulista, Jundiaí, Limeira, Piracicaba, São João da Boa Vista, Rio Claro e Campinas), que englobam 90 municípios com quase 6 milhões de habitantes em 2007. O PIB da RAC é 13,8% do total paulista e 4,9% do total nacional. A RAC abriga 14,4% da população do Estado de São Paulo e 3,1 % da nacional. O prestígio da região na área de Ciência e Tecnologia está intimamente ligado ao desenvolvimento econômico, especialmente da cidade de Campinas, que impulsionou as transformações de toda a região adjacente, ganhou relevância no cenário nacional com o crescimento da produção de açúcar.
A região também foi pioneira na atração de instituições voltadas à área de tecnologia da informação e da comunicação (TICs). É o caso do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em 1976, criado pela Telebrás. Além do CPqD, inúmeros institutos de pesquisa estão presentes na região como, por exemplo, o Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), cuja implantação iniciou-se em 1987, só existem 15 laboratórios deste tipo no mundo e este é o único do gênero no Hemisfério Sul.
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