CanalTech em 29/11/2016
O Brasil está se preparando para ter a sua primeira missão à Lua. Um grupo de cientistas e engenheiros, contando com a colaboração de diversas instituições ao redor do país, lançará até 2020 um satélite para sondar a superfície Lunar.
Batizado de Garatéa-L, o projeto reúne talentos do setor privado e de entidades como INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), da USP, do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), do Instituto Mauá de Tecnologia e da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Eles se uniram para desenvolver um pequeno satélite – em conceito, chamado de cubesat – que trabalhará em conjunto com outros nanossatélites. O dispositivo tem o tamanho de uma caixa de sapatos, com 30cm por 20cm.
O projeto, ainda em fase inicial, tem custo estimado em R$ 35 milhões, que serão angariados junto a órgãos de apoio à pesquisa e com a iniciativa privada. A meta dos grupos envolvidos é ter o satélite pronto até setembro de 2019.
Os dispositivos serão levados à orbita lunar por uma nave-mãe, que também ficará responsável pela comunicação da constelação com a Terra, em um período de pelo menos seis meses.
O lançamento será realizado numa parceria entre duas empresas britânicas com as agências espaciais europeia e do Reino Unido. O veículo lançador será o indiano PSLV-C11, que já enviou com sucesso a missão Chandrayaan-1 para a Lua, em 2008.
A Garatéa-L terá como um de seus principais focos de estudo a astrobiologia, coletando dados sobre a experimentação com microrganismos vivos e moléculas de interesse biológico, que serão levadas dentro do satélite e expostas à radiação cósmica.
A pesquisa é conduzida pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, e Instituto de Química da USP, em São Paulo. O plano das equipes é o de obter mais informações sobre os efeitos do ambiente espacial interplanetário sobre diferentes formas de vida.
O Canaltech chegou a fazer um vídeo este ano sobre os experimentos da equipe de Campinas – e até levamos nossas câmeras para a estratosfera em um teste de equipamento que usou balões de ar quente.
Repercussão: Ciberia; Revista Amazônia;