Portal do MCTI, em 07/12/2015
Representantes de empresas, instituições de pesquisa e desenvolvimento e agências financiadoras assinaram memorando que visa à superação de desafios tecnológicos e à geração de negócios.
Representantes de empresas, instituições de pesquisa e desenvolvimento e agência,s financiadoras do Brasil assinaram um memorando de entendimento com instituições norte-americanas nesta segunda-feira (7) em Campinas (SP). O documento tem como principal objetivo promover parcerias em inovação, visando à superação de desafios tecnológicos e à geração de negócios em diferentes áreas do conhecimento.
A parceria foi firmada no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), durante a oitava edição do evento Diálogos da MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação), uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“A inovação é um fator determinante para a prosperidade das nações. Atualmente, enfrentamos desafios enormes, como aqueles relacionados às mudanças climáticas e à segurança cibernética. Estamos diante de questões que não podem ser tratadas por um só país. Neste contexto, o fortalecimento das plataformas de inovação bilaterais é fundamental”, disse o vice-presidente executivo do Conselho de Competitividade (CoC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, Chad Evans.
Do lado brasileiro, participam do acordo, além do CNPEM e da CNI, o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o Serviço Nacional De Aprendizagem Industrial (Senai), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).
A articulação do lado norte-americano é liderada pelo CoC, organização não governamental que tem como membros CEOs de empresas dos Estados Unidos, reitores, líderes da sociedade civil e diretores de laboratórios nacionais.
Seis desses laboratórios, vinculados ao Departamento de Nacional de Energia (DOE), integram o memorando. São eles: Argonne National Laboratory, Illinois, já parceiro do CNPEM; Lawrence Livermore National Laboratory, California; National Renewable Energy Laboratory, Colorado; Oak Ridge National Laboratory, Tenessee; Pacific Northwest National Laboratory, Washington; Sandia National Laboratories, California e New Mexico.
Parceria em Inovação
A partir da assinatura do documento, a CNI e o CoC, principais articuladores da parceria, atuarão para identificar demandas e capacidades de interesse comum dos participantes da cooperação. Essa identificação deve subsidiar o estabelecimento de projetos de colaboração voltados à solução de desafios tecnológicos e de inovação nas áreas de energia, saúde, meio ambiente, novos materiais e manufatura avançada. “Propusemos este modelo de operação com o objetivo de evoluir o ecossistema de inovação em parceria com outros países”, explicou a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.
“A inovação nas empresas é um imperativo econômico, uma forma de sobrevivência a longo prazo. Muitas empresas brasileiras vivem uma situação difícil, em virtude da retração do tamanho do mercado doméstico. O cenário de inovação no Brasil também passa por um período difícil, devido à descontinuidade de recursos em diversas fontes. Neste momento, essa parceria torna-se ainda mais importante, porque a inovação é essencial para manter a competitividade da indústria brasileira”, afirmou o membro do Conselho de Administração do CNPEM e do Grupo Ultra Pedro Wongtschowski.
A importância dos laboratórios nacionais (LNs) brasileiros e norte-americanos para a promoção da inovação também foi discutida. Conhecidos por possuírem instalações e competências diferenciadas, difíceis de serem mantidas em universidades ou empresas, os LNs surgiram para lidar com questões complexas e dar respostas a grandes desafios, entre eles a aproximação com o setor privado para impulsionar a inovação.
“O desafio é criar um ecossistema virtuoso em torno dos laboratórios nacionais, com a participação de empresas e universidades de ponta”, explicou o diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), José Roque. O LNLS integra o CNPEM, juntamente com os laboratórios nacionais de Biociências (LNBio), de Ciência e Tecnologia de Bioetanol (CTBE) e de Nanotecnologia (LNNano).
Roque lembrou de iniciativas que já estão em curso para aproximar empresas e laboratórios nacionais. Como exemplo, citou as chamadas que o LNLS, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), têm realizado para que empresas brasileiras possam desenvolver produtos e processos necessários para a construção da nova fonte de luz síncrotron, o Sirius. Companhias de Campinas, Santa Catarina, Bahia e outras localidades já são parceiras do projeto e endossam, assim, o setor de inovação nacional.
Além da assinatura do acordo entre Brasil e Estados Unidos, o evento reuniu representantes dos setores público e privado para compartilhar experiências no campo da inovação, debater os cenários de ciência, tecnologia e inovação do Brasil e dos EUA e levantar oportunidades de cooperação bilateral.
Histórico
O CoC lidera parcerias com o Brasil desde 2007. Há dois anos, na 3ª Conferência de Inovação BRA-EUA, realizada na sede do BNDES, foi lançada a Plataforma de Inovação BRA-EUA, com o objetivo de consolidar um ambiente de aprendizagem contínua e a prospecção de oportunidades de parcerias em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e negócios.
No âmbito da Plataforma, foram lançadas propostas de cooperação tecnológica envolvendo atores públicos e privados dos dois países. No último ano, a CNI e o CoC firmaram instrumento de cooperação com a intenção de aumentar a escala dessas parcerias bilaterais. O Conselho também firmou memorando de entedimento com a Finep, em junho, visando a uma melhoria das políticas públicas brasileiras e norte-americanas de inovação e competitividade.
O acordo assinado no CNPEM dará continuidade aos movimentos de aproximação entre os dois países para a promoção de parcerias em inovação.
Repercussão: Agência de Inovação da UFSCAR, Jornal da Ciência, Portal Brasil, NIT Mantiqueira, RG Farma