Para que o conhecimento produzido na academia se transforme em inovação, o Brasil deve seguir exemplos internacionais que deram certo. A afirmação é do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Maximiliano Martinhão. Em participação no 3º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica, realizado nesta terça-feira (12), em Brasília, ele ressaltou que o país avançou na produção de conhecimento, mas ainda precisa progredir nos rankings de inovação.
“O Brasil precisa usar exemplos dos países que avançaram nos indicadores de inovação, aprender o que eles fizeram e como implantar isso no Brasil. Na produção de conteúdo científico, nós saímos da 60ª, 70ª posição e hoje, a depender do indicador, estamos na 13ª posição. No entanto, ainda não conseguimos avançar na transferência desse conhecimento para produzir inovação nas empresas”, descreveu.
O diretor do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Eduardo Couto e Silva, afirmou que as políticas que incentivam o diálogo entre academia e empresas têm avançado no Brasil e citou como exemplo de sucesso, o trabalho da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Silva também elogiou o investimento do governo nos laboratórios que compõem o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
“Quem tem instrumentação avançada lidera, atrai pessoas capacitadas de todo o mundo, e o governo federal percebeu isso. No CNPEM, nós temos exemplos como a planta-piloto de processos para biorrefinaria e o Sirius – o acelerador de partículas brasileiro. Toda essa instrumentação está disponível a universidades e centros de pesquisa e indústria. Temos hoje acordos com 150 instituições brasileiras e mais de 100 instituições de fora do Brasil representando 20 países”, explicou.
O embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, citou medidas do governo japonês para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento em empresas de diferentes portes. Entre elas estão incentivos tributários baseados no nível de pesquisa, um sistema de gerenciamento de risco e premiação de iniciativas e a criação de polos que reúnem centenas de institutos de pesquisa.
“O Brasil possui recursos naturais, território e pode melhorar sua competitividade ao criar um ambiente para atrair investimentos. Outra medida é convencer a população em geral, não só a elite, da importância da ciência e tecnologia”, avaliou.
Para o embaixador da Índia no Brasil, Ashok Das, o Brasil tem muito espaço para crescer e listou as iniciativas implantadas naquele país para atrair investimentos e produzir conhecimento científico, além dos programas que têm se destacado, como o lançamento de satélites, a criação de um sistema de navegação similar ao GPS, e a conectividade da população à internet.
“Temos um programa chamado Make in Índia, criado em 2014. O programa cobre várias áreas como energia, transporte, saúde, eletricidade. A ideia é firmar parcerias e internalizar essas novas tecnologias. Companhias do país e internacionais podem participar”, explicou.
O 3º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica foi uma realização conjunta entre o MCTIC e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).