Planeta Universitário, em 13/01/2011
Dezenove pesquisadores brasileiros e 64 de outros 24 países estarão reunidos no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), de 17 a 25 de janeiro, para conhecer os mais recentes avanços na utilização de radiação síncrotron e suas aplicações em investigações científicas. A Escola São Paulo de Ciência Avançada – New developments in the field of synchrotron radiation se realiza no âmbito ESPCA, modalidade lançada pela FAPESP para financiar a organização de cursos de curta duração em pesquisa avançada nas diferentes áreas do conhecimento no Estado de São Paulo. Entre os professores convidados que participarão do evento estão dois ganhadores do Prêmio Nobel: Ada Yonath (Instituto de Ciência Weizmann, Israel), Química em 2009, e Albert Fert (Unidade Mista de Física, Conselho Nacional de Pesquisa Científica, França), Física em 2007.
Os participantes foram selecionados entre 272 candidatos de 41 países que apresentaram seus currículos e projetos de pesquisa, com endosso do orientador. Os 19 brasileiros selecionados são alunos de doutorado e pós-doutorado das universidades estaduais de São Paulo – USP, Unicamp e Unesp – e das federais de Minas Gerais (UFMG), Rio Grande do Sul (UFRGS), Goiás (UFGO), entre outros.
É significativa a presença de alunos latinoamericanos: 17 da Argentina, três do México, três do Chile, dois da Venezuela e um de Cuba. Essa participação se justifica: o LNLS opera a única fonte de luz síncrotron da América Latina e conta com um número grande de usuários desses países.
Os argentinos, por exemplo, são responsáveis por cerca de 70% das propostas anualmente apresentadas por pesquisadores estrangeiros no laboratório.
“Uma fonte de luz síncrotron é um equipamento que permite a realização de sofisticados estudos sobre diversos tipos de materiais, tendo, portanto, aplicação em uma vasta gama de áreas de pesquisa. O LNLS tem uma posição regional singular, sendo um importante pólo científico não somente para o Brasil, mas para todos os países latinoamericanos”, disse Antonio José Roque, diretor do LNLS.
Também merece destaque a participação de alunos de universidades e institutos de pesquisas norte-americanos, espanhóis, alemães e suíços. E chama a atenção a forte presença de alunos de países do Leste e Sudeste Europeu – Rússia, Ucrânia e Turquia –, Ásia e África.
Entre os alunos asiáticos, três são da Academia Chinesa de Ciências, três de Taiwan – das universidades Chiao Tung e Taiwan e do National Synchrotron Radiation Research Center (NSRRC) – e um do Centro de Pesquisas Atômicas de Mumbai, na Índia.
A África estará representada por três alunos das universidades de Witwatersand, de Johannesburg, e de Pretoria, e por um estudante da Ambrose Alli, da Nigéria.
“Como o LNLS está iniciando a construção de uma nova fonte de luz síncrotron, de terceira geração, o programa ESPCA permitiu que realizássemos um evento para discutir as pesquisas de fronteira que podem ser realizadas com máquinas desse tipo. Isso é muito importante para apresentarmos a esses jovens, do Brasil e do exterior, as oportunidades de pesquisa no LNLS, tanto com a fonte atual como com a futura fonte”, disse Roque.
Os candidatos, em sua maioria com idade entre 23 e 30 anos – foram selecionados entre os inscritos na ESPCA. Eles participarão de aulas sobre biologia estrutural, imageamento em 3D, catálise, magnetismo e supercondutividade, nanociências e meio ambiente.
Mais informações sobre a ESPCA – New developments in the field of synchrotron radiation: https://espca.lnls.br