Portal IFSC/USP, em 25/08/2014
Reconhecimento
Neste ano, a cidade de Hartford, localizada no estado americano de Connecticut, foi sede do IUMAS-6 , congresso internacional da Sociedade Americana de Microscopia e Microanálise, que ocorre uma vez por ano e reúne especialistas de diversos laboratórios de pesquisa do mundo.
Nesse congresso, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) não só se fez presente como também se destacou pelo prêmio de melhor trabalho na área de aplicações biológicas, conquistado pelos alunos de doutorado de Ciências Físicas e Biomoleculares, Vitor Hugo Balasco Serrão e Ivan Rosa e Silva.
Ivan, desde sua iniciação científica, trabalha com proteínas envolvidas na via de biossíntese do aminoácido Selenocisteína (Sec), mais especificamente com a proteína Selenofosfato Sintetase (SPS) da bactéria Escherichia coli. Já Vitor Hugo, também há alguns anos, realiza estudos com a Selenocisteína Sintase (SelA), já tendo, inclusive, recebido dois prêmios por seus trabalhos. “Trabalhávamos com essas proteínas isoladamente e, numa reunião de trabalho, tivemos a ideia de juntar os dois estudos. Foi quando começamos a estudar a hipotética interação entre SelA e SPS”, relembra Vitor Hugo.
A partir dos resultados que foram sendo conseguidos pelos dois pesquisadores- tendo como base estudos termodinâmicos e estruturais da interação entre as duas proteínas-, sob orientação do docente do IFSC, Otavio Henrique Thiemann, formou-se a parceria perfeita para apresentar o trabalho no IUMAS e, posteriormente, conquistar o prêmio já mencionado.
A participação no IUMAS deveu-se, primeiramente, ao prêmio na área de biológicas conquistado por Vitor Hugo, em 2013, no Congresso Brasileiro de Microscopia e Microanálises. Como parte da premiação, ele foi enviado à Hartfordpara participar do IUMAS, onde também recebeu uma menção honrosa pelo prêmio angariado em território brasileiro, e apresentar a pesquisa desenvolvida em parceria com Ivan, pela qual também foi laureado. “O que é interessante em nosso trabalho é que temos um complexo muito grande comparado com as dimensões de complexos proteicos conhecidos. Portanto, utilizamos o conhecimento adquirido durante graduação e pós-graduação para caracterizá-lo através de técnicas físicas ainda pouco usadas para o estudo de biomoléculas. Certamente, esse foi o motivo de termos conquistado o prêmio”, opina Ivan.
Vitor Hugo conta que, no IUMAS, poucos foram os trabalhos apresentados que discutiram técnicas capazes de caracterizar complexos proteicos. “No Brasil, somos os primeiros a desenvolver esse tipo de pesquisa , em colaboração com o pesquisador do CNPEM, Rodrigo Portugal, desde 2011″, conta Vitor Hugo.
Embora já tenham ganhado dois prêmios pelo projeto em questão, Vitor Hugo e Ivan afirmam que ainda existem lacunas a serem preenchidas. Além de finalizar algumas estruturas proteicas, novos complexos estão sendo analisados pelos pesquisadores, aplicando-se para isso a mesma técnica que lhes rendeu o prêmio no IUMAS. Novos prêmios à vista? Pelo currículo e empenho dos doutorandos, tudo indica que sim.
Assessoria de Comunicação